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Saúde

Criança da Bélgica é a primeira no mundo a obter cura de câncer raro

Aqueles diagnosticados com a doença não vivem mais de um ano após o diagnóstico.

Um menino da Bélgica, identificado apenas como Lucas, de 13 anos de idade, diagnosticado com glioma do tronco cerebral, é a primeira criança a ser curada da doença no mundo inteiro. Ele foi participante de um estudo sobre medicamentos para tratar a condição.

O câncer, conhecido como glioma pontino intrínseco difuso (DIPG), é um tipo raro da doença que atinge o cérebro, e é particularmente agressivo. Ele atinge geralmente crianças com idades entre 4 e 6 anos, porém, em alguns casos também pode ocorrer em adultos.

Segundo registros médicos, crianças diagnosticadas com DIPG não vivem mais de um ano após o diagnóstico da condição. Já um estudo realizado recentemente mostrou que somente 10% dessas sobrevivem dois anos depois dos primeiros sintomas.

Tratamento contra o câncer

Lucas recebeu o diagnóstico da doença quando tinha 6 anos de idade. Naquela época, não havia histórico de pacientes curados da doença e a sua família resolveu viajar da Bélgica para a França, a fim de que a criança participasse do ensaio clínico Biomede, que testa potenciais medicamentos para o glioma pontino. O remédio é uma molécula que atua no interior das células do tumor.

O chefe do programa de tumores cerebrais do centro de câncer Gustave Roussy, em Paris, o oncologista Jacques Grill, relatou que Lucas respondeu bem ao uso do medicamento Everolimus desde o início do tratamento. O tratamento foi interrompido há um ano e meio mesmo após exames de ressonância magnética mostrarem que o tumor desapareceu completamente ainda nos primeiros meses de uso do remédio.

“Não conheço nenhum outro caso como ele no mundo”, disse o Grill à AFP. Mais sete crianças participantes do mesmo estudo sobreviveram anos após o diagnóstico, porém somente Lucas foi curado. Segundo os médicos envolvidos no estudo ainda não se sabe porque algumas crianças respondem melhor ao medicamento do que outras, mas suspeitam que tenha relação com “particularidades biológicas” e individuais dos tumores.

Embora os pesquisadores estejam entusiasmados com a nova pista para combater o glioma pontino intrínseco difuso, eles reconhecem que o tratamento ainda é uma opção distante para os pacientes, pois um medicamento experimental leva de 10 a 15 anos para ser aprovado.

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