As canetas emagrecedoras se tornaram protagonistas na luta contra a obesidade nos últimos anos, com nomes como Ozempic, Monjauro e outros medicamentos à base de semaglutida, liraglutida e tirzepatida ganhando espaço em consultórios médicos e redes sociais. No entanto, um novo estudo acende um sinal de alerta: cerca de 50% das pessoas voltam a ganhar peso após suspender o uso dessas medicações.
A informação vem de uma metanálise publicada em 2025 pela revista científica Obesity Reviews, que avaliou mais de 2.300 pacientes após o fim do tratamento com os fármacos. Os dados revelam que os usuários de liraglutida recuperaram em média 2,2 kg, enquanto aqueles que usavam semaglutida ou tirzepatida voltaram a ganhar aproximadamente 9,7 kg.
Além do reganho de peso, os pesquisadores também observaram uma perda significativa de massa magra, ou seja, de músculos — o que pode comprometer o metabolismo e dificultar ainda mais o processo de emagrecimento no futuro.
Efeito rebote tem explicações fisiológicas e comportamentais
De acordo com os especialistas, o chamado "efeito rebote" está diretamente ligado à forma como esses medicamentos têm sido utilizados. Embora sejam ferramentas potentes, muitos pacientes apostam exclusivamente na medicação, negligenciando o que realmente sustenta o emagrecimento a longo prazo: mudanças no estilo de vida.
A janela de uso dos medicamentos deveria ser encarada como uma oportunidade para incorporar hábitos saudáveis, como a reeducação alimentar, a prática regular de atividades físicas e o controle do estresse. Sem essas adaptações, os resultados tendem a ser temporários.
Além disso, o corpo humano possui mecanismos de defesa que dificultam a manutenção do novo peso. Ao interromper o uso das canetas, o organismo pode reagir com o aumento da fome, diminuição do gasto energético e até alterações hormonais — tudo em uma tentativa de voltar ao peso anterior.
Medicação não substitui acompanhamento e hábitos saudáveis
As canetas emagrecedoras não são vilãs, mas tampouco são soluções mágicas. Quando bem indicadas e acompanhadas por profissionais de saúde, elas podem ser aliadas importantes no combate à obesidade. No entanto, sem acompanhamento adequado e mudanças sustentáveis, o risco de frustração, reganho de peso e prejuízos à saúde é alto.
Em resumo, o sucesso no emagrecimento vai muito além da agulha: depende de uma transformação que começa na mente, passa pelos hábitos e se consolida no dia a dia.
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