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Dono da JR Rações vira réu por vender medicamento para produção de droga

Eles são acusados de vender a medicação Cetamina, utilizada para fabricar a droga conhecida como Key.

O empresário José Raimundo Oliveira, proprietário da JR Rações, foi denunciado em ação penal pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e virou réu acusado de vender a medicação anestésica Cetamina, utilizada para fabricar a nova droga conhecida como Key ou Keyla, para criminosos em Brasília, juntamente com os filhos, Tiago Ribeiro de Oliveira e Fernando Ribeiro de Oliveira, após a denúncia ser recebida pelo juiz Tiago Pinto Oliveira, da Vara de Entorpecentes do TJDFT.

Na mesma ação também viraram réus Flávio Dias Cordeiro, vulgo "Gargamel", acusado de comandar, há uma década, a maior operação em atividade de tráfico de cetamina do DF, Rodrigo Vieira dos Santos, Wallace dos Santos Alves e Eliete Dias Cordeiro da Silva.

Foto: Alef Leão/GP1A loja do empresário é a J R Rações
Loja J R Rações

A cetamina é um anestésico veterinário amplamente utilizado, também empregada em tratamentos psiquiátricos, comercializada de maneira líquida. A substância é utilizada, ainda, como droga recreativa e, após ser adquirida pelos traficantes, passa por processos caseiros de evaporação, geralmente em forno micro-ondas, resultando no pó puro. Com efeitos alucinógenos parecidos com os do LSD, a substância passou a ser consumida indiscriminadamente em festas da alta sociedade sem que os perigos para a saúde fossem levados em consideração.

A denúncia narra que, ao longo de um período superior a 3 (três) anos, Flávio Gargamel adquiriu regularmente grandes quantidades de cetamina da empresa JR Rações, de propriedade de José Raimundo de Oliveira, estando seus filhos Tiago Ribeiro de Oliveira e Fernando Ribeiro de Oliveira ligados à sociedade, atuando ativamente na empresa. A empresa fornecia, por meio de notas fiscais falsas, grandes quantidades do medicamento a Flávio, para posterior difusão ilícita.

A droga era transportada para o Distrito Federal por uma empresa de ônibus, e Rodrigo Vieira exercia importante função, pois na qualidade de representante da empresa, garantia o embarque, transporte e desembarque das substâncias. Wallace, por sua vez, era responsável por transportar a droga da rodoviária interestadual do Plano Piloto até a residência de Flávio Gargamel, em Águas Claras, onde era distribuída tanto para subtraficantes quanto para usuários finais. A droga era enviada de Teresina com documentação falsa, para evitar a apreensão em eventuais fiscalizações.

Com base em dados bancários e apreensões, o Ministério Público avalia que o grupo criminoso inseria aproximadamente 180 frascos de cetamina a cada 15 (quinze) dias no Distrito Federal. Flávio Gargamel utilizava a conta bancária de sua irmã Eliete para efetuar os pagamentos ao fornecedor em Teresina/PI e receber os valores referentes às vendas da droga no DF. A partir dessa conta, ele fragmentava o dinheiro para contas pessoais e adquiria patrimônio em nome de terceiros, além de efetuar pagamentos aos comparsas.

A empresa JR Rações recebia pagamentos de Flávio Gargamel em suas contas bancárias de pessoa jurídica, misturando o faturamento das vendas legais com o tráfico de cetamina, constituindo, portanto, método eficaz de lavagem de capitais.

Todos os envolvidos, com exceção de Eliete Dias Cordeiro Silva, vão responder pelo crime tipificado no art. 33 (tráfico) e 35 (associação para o tráfico), cumulado com o art. 40 (tráfico entre estados da federação) da Lei 11.343/2006. Caso sejam condenados, os réus poderão pegar até 20 anos de cadeia.

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