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Depoimento mostra que Helder Eugênio humilhava os funcionários

Em um dos depoimentos tomados pelo MPT, a ex-funcionária M.B.G narra com riqueza de detalhes que presenciou um verdadeiro "circo de horrores".

GP1 havia sido proibido pela Justiça do Trabalho de divulgar detalhes dos depoimentos do Inquérito Civil Público instaurado pelo Ministério Público do Trabalho que culminou no ajuizamento da ação civil pública contra o empresário Helder Eugênio, Portal 180graus, BR Vox, Instituto Galaxy e Gráfica 180. A decisão da  juíza Thania Maria Bastos Lima Ferro, da 1ª Vara da Justiça do Trabalho foi cumprida no dia 13 de maio deste ano. 

Em 10 de outrubro de 2016, a mesma juíza, retirou o sigilo processual da ação civil pública contra o empresário Helder Eugênio.

Com exclusividade, o GP1 vai divulgar os depoimentos prestados por ex-funcionários do portal 180graus no inquérito civil instaurado pelo Ministério Público do Trabalho que culminou com o ajuizamento de ação civil pública que pede o fim das ações praticadas pelo empresário Helder Eugênio que caracterizam assédio moral e a condenação no valor de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) a título de indenização por dano moral coletivo, a ser revertido ao Fundo de Amparo do Trabalhador – FAT.

Depoimento mostra verdadeiro “circo de horrores”

Em um dos depoimentos tomados pelo MPT, a ex-funcionária M.B.G narra com riqueza de detalhes que presenciou um verdadeiro "circo de horrores". A depoente narra que foi submetida a jornadas exaustivas, das 07h20min e várias vezes se encerrava as 20h com intervalo de 20 minutos, relatou que alguma vezes não conseguia almoçar ou tomar café, tendo em vista as muitas atividades a serem realizadas e que chegou a passar mal de fome.

Helder Eugênio, segundo o relato de M.B.G, obrigava os funcionários a fazer um “curso de português” e quem tirava nota baixa era ameaçado de demissão e era colocado no “grupo das notas baixas”. O empresário xingava muito nas aulas e treinamentos, dizendo palavrões e falando muito sobre os seus órgãos genitais. O empresário dizia nos cursos que todas as pessoas que estavam ali “eram pobres e não tinham dinheiro”. Segundo a depoente “as pessoas se sentiam humilhadas”.
 

Imagem: Lucas Dias/GP1Helder Eugênio, proprietário do Portal 180graus(Imagem:Lucas Dias/GP1)Helder Eugênio, proprietário do Portal 180graus

No 180graus existe, segundo o depoimento, uma exigência quanto aos padrões estéticos, as empregadas tinham de andar sempre de salto alto, bem vestidas e com maquiagem. Se a empregada não ficasse bem arrumada Helder Eugênio a chamava de “feia", “acabada”, “desarrumada” e “destruída”.

O empresário chegou a dar um tapa no rosto de uma funcionaria no decorrer da aula de português explicando que na vida os empregados “tem de dar a cara a tapa”.

Ainda no depoimento, M.B.G afirmou que ao saber que o seu pai era político, o mesmo recebeu a visita de empregado da empresa, solicitando dinheiro para que não colocasse matérias negativas. A depoente acredita que foi contratada pelo 180graus por interesses políticos de Helder Eugênio e, como seu pai não atendeu as requisições, a empresa passou a colocar matérias negativas a seu respeito.

Ação Civil está conclusa para sentença

A ação civil ajuizada pelo MPT contra o empresário Helder Eugênio está conclusa para sentença. O processo tramita na 1ª Vara da Justiça do Trabalho sob a responsabilidade da Juíza Tania Maria Bastos Lima Ferro.

Polícia Civil também investiga empresário

A Policia Civil também investiga o empresário pelos supostos crimes de ameaça, falsificação de documento público e frustração de direito assegurado por lei trabalhista.

Outro lado

O GP1 entrou em contato com o advogado de Helder Eugênio, Wilson Gondim. Ele informou que seu cliente preferiu não se manifestar sobre o assunto.

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