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Lauro de Freitas - Bahia

Mulher negra chora de medo ao segurar mão de repórter branca da Globo

Dona Madalena Silva, 60 anos, vivia em regime de trabalho análogo à escravidão em uma residência.

A empregada doméstica Madalena Santiago da Silva, 60 anos, que foi resgatada por viver em regime de trabalho análogo à escravidão em Salvador, na Bahia, comoveu o país nessa quarta-feira (27), durante entrevista ao Bahia Meio Dia, noticiário de uma emissora afiliada da Globo. Dona Madalena chorou de medo ao segurar as mãos da repórter Adriana Oliveira, por ela ser uma mulher branca.

Na entrevista, ela verbalizou seu medo de tocar nas mãos da jornalista, que questionou o motivo do seu temor. “Fico com receio de pegar na sua mão branca”, desabafou Madalena. “Mas por quê? Tem medo de quê?”, perguntou a repórter, estendendo as mãos.

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Madalena disse que achava feio suas mãos negras perto das mãos brancas da jornalista. “Porque ver a sua mão branca... eu pego e boto a minha em cima da sua e acho feio isso”, explicou ela.

Adriana Oliveira tranquilizou a entrevistada e tentou encorajá-la a perder seus medos. “Sua mão é linda, sua cor é linda. Olhe para mim, aqui não tem diferença. O tom é diferente, mas você é mulher, eu sou mulher. Os mesmos direitos e o mesmo respeito que todo mundo tem comigo, tem que ter com você”, ressaltou a jornalista, que finalizou a reportagem dando um abraço em Madalena.

Trabalho escravo

Com 60 anos de idade, Madalena Silva viveu 50 anos em regime de escravidão, sem receber salários, maltratada e sendo roubada pela família com quem vivia na cidade de Lauro de Freitas (BA). Ela foi resgatada Ministério Público do Trabalho (MPT) e atualmente recebe seguro-desemprego e um salário mínimo, fruto da ação cautelar do órgão ministerial.

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