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O PT se amofinou no poder. Entre os partidos que aí estão, ainda é o que tem maior capacidade de apr


O PT ainda é bom de briga

O senador João Vicente Claudino, pré-candidato do PTB ao Governo do Estado, deu ao deputado federal Nazareno Fonteles uma resposta que certamente surpreendeu o petista. Após ser atacado pelo deputado, o senador lembrou, com sua polidez habitual, que em 2006 recebeu o voto de Nazareno para senador.

É verdade. Não apenas Nazareno, mas o PT em peso votou em João Vicente para o Senado, na dobradinha que ele fez com o governador Wellington Dias, candidato à reeleição. Os dois obtiveram, por sinal, praticamente a mesma votação. Wellington obteve 945.857 votos e João Vicente, 923.204.

Desconfio que ali mesmo, naquele pleito, nasceu o acordo para as eleições deste ano. O governador e o senador amarraram ali a sucessão de 2010, dando o nó cego que agora petistas e aliados estão querendo desatar. Desconfio. Mas isto é um assunto para outra ocasião.

O que cabe refletir agora é sobre o seguinte: o que o PT tem de diferente dos demais partidos, para o deputado Nazareno vetar com tanta intransigência um aliado de primeira hora, como o senador João Vicente Claudino?

O PT não é mais aquele de outrora, que se posicionava acima do bem e do mal. Já nem falo da próspera parceria que o partido fez com o capital. Lembro mais é que o PT não resistiu às tentações do poder, pecou – e pecou muito! – , caindo na vala comum das demais siglas. Hoje é farinha do mesmo saco. Portanto, onde está sua autoridade para vetar alguém com o perfil do senador?

Há, no entanto, pelo menos dois aspectos que o senador João Vicente deve considerar na fala de Nazareno. O primeiro é que o parlamentar está sendo absolutamente sincero. Poucos no PT tem a sua franqueza. O segundo é que ele não está falando apenas por si. Uma legião considerável de petistas comunga inteiramente de suas ideias.

Se o senador tem efetivamente a palavra do governador de que ele será o candidato da tal “base”, de já é sabedor que Wellington, ficando ou não no governo, terá extremas dificuldades em conter o estouro da boiada. O PT se amofinou muito no poder. Mesmo assim, entre os partidos que aí estão, ainda é o que tem maior capacidade de aprontar confusão.

*Zózimo Tavares é jornalista e editor chefe do Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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