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*Por Arthur Teixeira Júnior

Imagem: ReproduçãoArthur Teixeira Júnior(Imagem:Reprodução)Arthur Teixeira Júnior

"Os vereadores da cidade de Agricolândia afastaram, nesta última segunda feira, 19/12, a presidente da Câmara Municipal, sob suspeita de eventuais irregularidades em sua gestão.
Ora, é mais fácil acreditar em Papai Noel do que em qualquer ato ilícito sendo cometido pela vereadora afastada, Edith Alencar. Os reais motivos da revolta dos vereadores insurgentes são bem diversos.

Primeiramente, a vereadora Edith foi eleita “artificialmente”, através de um balcão de negócios montado pelo seu irmão e também vereador Walter Alencar. Supunham que, com o controle da Câmara, pudessem controlar indiretamente a Prefeitura, que padece sob o tíbio comando de seu tio João de Deus. Mas tudo acabou dando errado e conseguiram aquilo que em oito anos de mandado do exprefeito Antonio Barradas (aliás, casado com a Janeth que por sua vez é sobrinha do João de Deus e pré candidata a sucessão municipal) não conseguiu: desarticular o Poder Legislativo. Parece confuso, mas se o leitor ficar atento, tudo se resume em uma briga interna familiar.

Edith tentou implantar uma gestão moralizadora na Câmara, pretendendo acabar em poucos meses com os frutos de anos e anos de desmandos administrativos dos expresidentes. Tipo um fulminante “Ypon” na corrupção. Mas não soube negociar. Afastou-se da cidade, mesmo porque não mora lá, e só visitava-nos nos dias de sessão, e por poucas horas. Acabou por distanciar-se da população e ficar desinformada com os problemas da comunidade.
Na outra ponta, Walter voltava a “namorar” seu tio-prefeito, sendo acompanhado por vereadores oportunistas que, atolados em dívidas da campanha anterior e de olho nas próximas eleições, grudaram no prefeito festeiro como carrapatos.

Edith não percebeu a armadilha que se formava: uma administração dentro da Lei mas que contrariava interesses financeiros de seus colegas vereadores (muitos tem a vereança como única fonte de renda) aliada a um afastamento do povo que a elegeu, onde se soma manobras pré eleitorais incontáveis, e outros fatores menos relevantes. Perdeu a Presidência e dificilmente conseguirá se reeleger.

E mais uma vez, o povo de Agricolândia, que já não tinha Prefeito, não tem delegado, juiz, promotor, padre ou qualquer autoridade que more na cidade, que não tem qualquer indústria e possui um comércio incipiente e uma agricultura de subsistência, vai pagar o pato. Talvez seja por isso que a população local está diminuindo e envelhecendo (IBGE, censo 2010). O último que sair, apague a luz (se ela ainda estiver funcionando)."

*Por Arthur Teixeira Junior é articulista e escreve para o GP1


*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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