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Educação do Piauí não atinge média do MEC


*Deusval Lacerda de Moraes

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarDeusval Lacerda(Imagem:Reprodução)Deusval Lacerda
O Ensino Médio no Piauí sempre foi abaixo da meta nacional. Isso explica o nosso atraso estrutural em relação inclusive aos outros estados do Nordeste. Governo que não prioriza, de fato, a educação, fica no passo de cágado. É difícil sair da berlinda, porque, assim, não está buscando as transformações que a sociedade exige por meio do mecanismo eficaz para se mudar massivamente alguma coisa. Observando bem, vê-se que, no Piauí, a educação estadual é uma espécie de elefante rotundo que não se move na direção certa em razão da ineficiência sobre a qual pesa e que se arrasta na miopia do planejamento educacional e da falta de vontade política para se qualificar.

O Jornal Diário do Povo, de 15 de agosto de 2012, noticiou que o Ministério de Educação divulgou que o Ensino Médio do Piauí ficou com nota 3,2, ou seja, 0,5 abaixo da nota 3,7 da meta estipulada pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). A par disso, a diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais do SINTE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica no Piauí), Luciane Almeida, disse: “A nota abaixo da média no Ensino Médio mostra que a maior dificuldade dos alunos está relacionada a um Ensino Fundamental malfeito, isto é, os alunos não têm base”. Ela ainda disse que o outro aspecto seria treinar professores, melhorar seus salários em função do desempenho e prestar assistência ao estudante, principalmente no Ensino Fundamental.

Com isso, percebe-se que os obstáculos da rede estadual de ensino são os mesmos de sempre. Por isso, deveria nomear para secretário de Educação educador capaz de promover revolução no sistema. E com o acúmulo de ações que não deram certo, deveria introduzir diretrizes que indubitavelmente deem certo, com as mudanças no planejamento estratégico da educação, somando-se ao corpo funcionários e educadores comprometidos com uma nova dinâmica da educação estadual. Depois, aplicar com rigor os recursos nas escolas, ou melhor, em proveito somente do aprendizado dos alunos, pagando melhor os professores, deixando-os nas salas de aula, combatendo a evasão escolar e aferindo o nível do conhecimento dos estudantes.

Mas o Piauí por muito tempo não segue a cartilha do ensino com qualidade. E até parece que isso já virou praxe. Existem barreiras que entravam o desenvolvimento educacional da rede estadual. Pois não sai dado muito alvissareiro daquela fornalha. O Estado sempre fica aquém do que deveria ser feito. Daí as indagações: o que há para não se resolver o problema sai governo entra governo? Será que tudo concorre para ficar como dantes no Quartel de Abrantes? Para ocorrer mudança educacional como nas sociedades modernas, é preciso acima de tudo que exista vontade para mudar. E essa vontade tem quer ser na prática, adotando modelo adequado para se buscar os resultados palpáveis.

Fazer boa educação é tarefa das mais difíceis. Pois exige do educador obstinação para atingir excelentes metas. E tem que haver perfeita sincronia entre o governante e as políticas públicas implantadas na área. Quem não se recorda do Brizola e do Darcy Ribeiro, governador e educador-secretário no Rio de Janeiro? Pois bem. Ambos eram sintonizados para promover uma boa educação. E foi assim que fizeram grande obra educacional para os fluminenses, com os famosos CIEPs, que foi exemplo de educação integrada com qualidade e atendimento popular, mas, por questão ideológica, o projeto foi abandonado pelos governantes sucessores.

No Piauí, é necessário que os governos encarem a educação não somente como proposta de governante que depois cai no esquecimento, mas como mola propulsora da verdadeira transformação da sociedade para redimir os piauienses do atraso em que muitos ainda estão submetidos. É chegada a hora de se levar todos os coestaduanos a sério, e nada mais sério do que o setor público oferecer-lhes educação de qualidade para gozarem do desenvolvimento material e espiritual que ora atravessa o Brasil.

*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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