A ministra da Saúde, Nísia Trindade, voltou a responsabilizar nesta quarta-feira (20) as “mudanças climáticas” pelo aumento da dengue no Brasil. No final do mês de fevereiro, Nísia já havia dito que a alteração do clima e a circulação de mais sorotipos da doença justificavam a alta de casos no país.

De acordo com os dados da pasta, o Brasil alcançou nessa terça-feira (19), 1,8 milhão de casos da doença, um recorde histórico, além de 561 mortes. “Parece que todos os problemas de saúde foram antecipados neste ano. Isso não é por acaso. Tem a ver com fatores climáticos e ligados aos próprios vírus”, afirmou Nísia Trindade.

Em relação à falta de doses da vacina contra a dengue para toda a população, Nísia disse que nenhum país tem em abundância o imunizante japonês Qdenga e que, dessa forma, o Governo Federal está incentivando a produção nacional, por meio do Instituto Butantan. Contudo, não há data para um cronograma ser divulgado.

“Está em processo, mas não temos ainda a definição precisa de quantas doses poderão ser produzidas, pois há várias questões técnicas que não vou comentar”, disse a ministra.

Contudo, Nísia ressaltou que o imunizante em si não será o responsável por acabar com a crise sanitária. “A vacina é um instrumento importantíssimo a médio e longo prazo, mas não é a solução para essa epidemia, ainda mais uma que é aplicada em duas doses com intervalo de três meses”, disse.