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Enem 2019: entenda como é calculada a nota da prova

Teoria de resposta ao item é a ferramenta usada para correção das provas; ideia é medir com mais precisão a proficiência nas matérias e evitar chutes.

As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 ainda não acabaram, mas a curiosidade para descobrir o desempenho no exame já é motivo de inquietação para muitos candidatos. Para saber como funciona a Teoria de Resposta ao Item (TRI) é necessário entender que a prova é elaborada para conter um equilíbrio entre questões fáceis, médias e difíceis.

A média de acertos não é calculada levando-se em conta somente o número de questões corretas, mas também a coerência das respostas do participante diante do conjunto das questões que formam a prova.

Conforme o nível de dificuldade de cada pergunta, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), elabora uma função matemática para cravar quanto de conhecimento o candidato tem em cada questão da prova.

Nesta avaliação, o conhecimento do participante se expressa por meio do conjunto de itens que fazem parte de uma escala de proficiência. Cada item é uma questão.

Com o resultado das respostas aos itens é gerado um gráfico para cada questão da prova, que mostra quais as chances que um candidato com determinado nível de conhecimento tem de acertá-la.

Assim, a nota depende somente do conhecimento do indivíduo no momento da prova. Ela não depende do desempenho dos outros participantes ou do modelo de prova que ele realiza. Para completar, o cálculo da probabilidade de acerto é feito em união com a análise de coerência pedagógica.

A ideia é medir com mais precisão a proficiência nas matérias e evitar que chutes sejam recompensados. Se o candidato acertou uma questão mais simples no último domingo e errar uma mais complexa na semana seguinte, a prova será considerada mais coerente em relação a de quem fez o contrário. Pela TRI, errar perguntas fáceis e ir bem nas questões complexas leva a uma "punição" na nota. Estatisticamente, seria improvável ele ter acertado apenas as difíceis e, portanto, provavelmente houve chute.

O Inep exemplifica a teoria: suponha que desejemos medir a altura de uma pessoa, em metros, por meio de um questionário utilizando a TRI. Uma pergunta (item) que poderia ser feita é “Você consegue guardar sua bagagem de mão no avião sem pedir ajuda?”. Uma pessoa que responda “sim” a este item deve ter, no mínimo, 1,65m. Esta seria então a “altura” do item. Um outro item: “Você acha que se daria bem em um time de basquete?”. A altura deste item seria algo em torno de 1,90m. Ao final de um conjunto de perguntas como esta, seria possível saber, com uma certa precisão, a altura do respondente.

Esse método de avaliação é usado em outros testes, como o Toefl (exame americano que mede a proficiência em língua inglesa) e o SAT (Scholastic Aptitude Test ou Scholastic Assessment Test, usado no ingresso dos estudantes americanos na universidade). Aqui no Brasil, o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e a Prova Brasil, usada para avaliar a qualidade da educação básica entre alunos do ensino fundamental, também usam a TRI.

Esse modelo é considerado mais eficiente para comparar resultados de duas provas com questões diferentes, que testam as mesmas habilidades. Portanto, a TRI pretende promover uma comparação mais real dos exames de um ano para o outro.

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