Fechar
GP1

Brasil

Ao menos 8 Estados brasileiros já adotaram medidas restritivas a eventos

Decretos diminuíram permissão máxima de público e expandiram obrigatoriedade do passaporte vacina.

Ao menos oito Estados brasileiros anunciaram nos últimos dias medidas mais restritivas para conter a alta dos casos de covid-19, atribuída à variante Ômicron. Os decretos, em geral, diminuem a permissão máxima de público em eventos e expandem a obrigatoriedade do passaporte de vacina.

O primeiro Estado a anunciar medidas para conter a disseminação da covid-19 foi o Piauí, no dia 30. O governador Wellington Dias (PT) limitou o público de eventos esportivos, culturais e sociais em 50% da capacidade máxima dos estabelecimentos – com, no máximo, 500 pessoas em espaços abertos e 200 em espaços fechados.

Na semana passada, os Estados do Ceará, Amapá, Amazonas, Maranhão e Paraíba também instituíram medidas no mesmo sentido. As decisões ocorreram em meio a um crescimento perceptível de infecções, apesar do apagão de dados do Ministério da Saúde. O aumento se refletiu na pressão sobre a rede de saúde e na procura de testes e medicamentos. No Amazonas, o governador Wilson Lima (PSC) suspendeu a realização de grandes festas. Os eventos só podem acontecer com limitação de público máximo a 50% da capacidade do local ou 200 pessoas.

Além da limitação de público, os gestores também expandiram o passaporte vacinal para outros estabelecimentos. A Bahia, por exemplo, instituiu nesta terça-feira, 11, a obrigatoriedade da vacina contra a covid para clientes que entrarem em bares e restaurantes e para frequentadores de parques públicos. Em eventos, o decreto também exige a vacinação da equipe de produção, além do público.

“Com a manutenção das atividades, teremos um forte impacto nos serviços de saúde, no transporte coletivo e na segurança pública”, avaliou o epidemiologista Roberto Medronho, docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Apesar de se mostrar menos letal do que outras variantes, a grande preocupação em torno da Ômicron é a velocidade em que ela se espalha - gerando um adoecimento em massa. “Por mais que ela não cause uma curva de mortes como outras, ela vai acometer o sistema de saúde porque muita gente vai precisar ir ao ambulatório. E, claro, vão ter os vulneráveis que podem precisar de UTI e morrer. A gente não precisa correr esse risco”, disse a bióloga Natália Pasternak, doutora em microbiologia pela USP e presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC).

Nesta semana, foi a vez de Pernambuco e Bahia anunciarem novas medidas. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), publicou um decreto nesta terça-feira que reduz de 5 mil para 3 mil o número máximo de pessoas em eventos do Estado, incluindo estádios de futebol.

A medida já estava sendo estudada pelo governo diante do crescimento de casos de gripe e covid-19. De acordo com Costa, a piora no cenário epidemiológico levou a uma situação de pré-colapso nas emergências municipais e estaduais. “Esperamos que essa medida sirva de alerta também para quem organiza eventos, que passem a exigir o atestado de vacinação com maior rigor”, disse.

Outros Estados também admitem discutir o assunto esta semana. O Paraná, por exemplo, afirmou que monitora a situação epidemiológica localmente e novas medidas restritivas dependem da evolução do cenário.

O governo de São Paulo também pretende restringir novamente eventos com aglomerações em todo o Estado, por causa da alta taxa de transmissibilidade da variante Ômicron do coronavírus. O Comitê Científico de Combate à Covid-19 se reuniu nesta terça-feira para discutir a medida. A ideia é anunciar medidas na quarta-feira, no Palácio dos Bandeirantes. Segundo o Estadão apurou, a orientação será para instaurar um novo limite na ocupação máxima dos espaços. A recomendação valerá para festas, shows, casamentos, eventos corporativos e esportivos.

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.