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Instituto Federal em São Paulo suspende aulas após ameaça de massacre

O alerta foi enviado por e-mail para alunas que denunciaram casos de assédio dentro da instituição.

As aulas no campus Pirituba do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) estão suspensas nesta segunda-feira (29). O motivo é uma ameaça de massacre enviada no sábado, 27, para os e-mails de estudantes envolvidas na organização de uma manifestação contra casos de assédio sexual no campus. “Meninas, não fiquem com medo de serem assediadas, tenham medo de perderem suas vidas”, diz um trecho do texto.

O e-mail foi enviado de um disparador anônimo e encaminhado por uma das alunas para a direção do IF, que decidiu suspender as atividades e registrou um boletim de ocorrência por ameaça. Em comunicado, a direção informa que o boletim só foi registrado na manhã de domingo, devido a critérios de priorização de atendimento da Polícia Civil.

“Serão realizadas reuniões na data de 29/08 com a Reitoria, assim como com servidores, discentes e pais/responsáveis para prestar os esclarecimentos necessários sobre o ocorrido e as providências tomadas”, esclarece a nota.

Segundo a coordenadora de um setor do IFSP campus Pirituba, a ameaça foi recebida com pânico por estudantes e está sendo encarada com seriedade pelas coordenações e direção. “Deu (à situação) uma dimensão que a gente não tinha”, conta. De acordo com ela, o instituto espera receber orientações da polícia para planejar os próximos dias: “Queremos saber se vai ter algum tipo de policiamento, se vai ter detector de metal nas entradas e quais as medidas que a gente pode tomar para garantir a segurança de todos”.

A ameaça ocorre duas semanas depois da organização de um protesto no campus, motivado pelo aparecimento de 23 relatos de assédio depois que o tema foi abordado em sala de aula. Junto com a manifestação, um debate sobre o assunto foi promovido por professores e coordenadores. Os estudantes realizaram uma oficina de cartazes, entoaram palavras de ordem e tentaram acolher às colegas que deram seus relatos. Dos 23 casos, apenas dois foram em algum momento levados à direção, conta um aluno.

O estudante também relata que, depois da aula que iniciou as discussões sobre assédio, uma lista de assediadores e o número de vítimas que teriam abordado foi escrita em um quadro em um dos corredores. O quadro foi usado antes do debate ser organizado pelo IFSP. “Teve uma grande comoção no campus, principalmente entre as turmas do técnico. Existia uma sensação de que a direção não estava fazendo nada a respeito”, comenta.

Onda de ameaças

Desde o fim de julho, o Estadão tem ouvido relatos sobre ameaças de atentados em escolas públicas e privadas pelo País. Em um colégio particular em Alphaville, na Grande São Paulo, foi encontrada uma ameaça escrita na parede e acompanhada por uma suástica nazista. Em uma escola estadual em Belo Horizonte, a direção descobriu um perfil no Instagram que incitava um massacre no colégio.

Em outro colégio estadual, no Acre, adolescentes armados com facas trocaram mensagens exaltando o conhecido massacre de Columbine, que ocorreu em 1999, nos Estados Unidos.

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