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MST inicia “Abril Vermelho” e produtores rurais lançam “Abril Amarelo” contra invasões

A campanha é uma resposta ao "Abril Vermelho", período em que o grupo intensifica as ações pelo Brasil.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou o “Abril Vermelho”, período em que começa a promover uma série de invasões de terra. Em contrapartida, os produtores rurais, que temem essa ação do MST, lançaram o “Abril Amarelo”, uma campanha criada para tentar evitar essas invasões.

Em 2024, o MST completa 40 anos, e a expectativa é que durante o mês de abril as ações do grupo sejam intensificadas. Embora o movimento ainda não tenha um cronograma com a programação oficial deste período, alguns líderes já apontaram que será um período de "luta e mobilizações" em defesa da reforma agrária.

Com o intuito de alertar os proprietários de terra sobre formas de evitar essas invasões, o movimento de produtores rurais Invasão Zero, que defende o direito de propriedade, destaca que um dos principais passos para combater a ação do MST é a comunicação com as autoridades policiais e a montagem de acampamentos que possam repelir as invasões.

O "Abril Vermelho" em 2023 resultou em invasões do grupo em pelo menos 18 estados. Somente em Pernambuco, o MST invadiu nove áreas, algumas das quais pertencentes à Embrapa, em Petrolina. No Espírito Santo, as propriedades da empresa Suzano Papel e Celulose também foram invadidas.

Crítica da ministra

Apesar de ser muito criticado por alguns ministros do Governo Federal, pelo menos 35 mil produtores nos estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco, Tocantins, Mato Grosso, Pará, Maranhão, Santa Catarina e Espírito Santo aderiram ao "Abril Amarelo". As críticas ao Invasão Zero estão relacionadas ao incidente em que um indígena acabou morrendo ao invadir a Fazenda Inhuma, na Bahia.

Após a invasão, os produtores foram ao local para expulsar os indígenas, mas acabaram entrando em conflito. Ao todo, uma indígena ficou ferida e outro foi morto durante a ação, enquanto um produtor também ficou ferido. Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, atribuiu o assassinato à culpa dos produtores. "O grupo assassinou Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, e baleou o cacique Nailton Muniz, que passou por cirurgia", publicou Guajajara.

Projeto parado no Senado Federal

Apesar do empenho da bancada do agronegócio na criação do chamado "Pacote Invasão Zero", oriundo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o MST em 2023, a proposta ainda não foi votada e segue parada no Congresso Nacional.

MST e Lula

Bastante ligado ao movimento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) recebeu o apoio dos sem-terra durante a campanha eleitoral de 2022. Após um ano de mandato, lideranças do MST demonstram insatisfação com a atuação do Governo Federal em relação à reforma agrária.

Para eles, ao contrário do que foi prometido durante a campanha, Lula não adota ações em prol da reforma agrária. Em junho de 2023, o presidente ainda planejou criar o que chamou de "prateleira de terras", com um levantamento de propriedades improdutivas e devolutas da União. A proposta chegou a ser apresentada pelo presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Cesar Aldrighi, no entanto, os detalhes da medida ainda não foram divulgados.

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