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Brasília - Distrito Federal

Jornalista Luiz Orlando Carneiro morre aos 84 anos em Brasília

Referência na cobertura do STF, estava internado em um hospital e não resistiu a uma insuficiência renal.

O jornalista Luiz Orlando Carneiro faleceu aos 84 anos na noite dessa quarta-feira (11), em Brasília. Ele estava internado em um hospital privado de Brasília e não resistiu a uma insuficiência renal.

Luiz Orlando era reconhecido como referência na cobertura do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual trabalhou como repórter até semanas antes de seu falecimento.

Trajetória

Luiz Orlando, como era conhecido no convívio profissional, ingressou no jornalismo em 1959, como repórter estagiário do Jornal do Brasil, o famoso JB, no Rio de Janeiro. O ingresso na profissão se deu ainda antes de se formar em direito pela antiga Universidade do Estado da Guanabara, em 1963.

Ele fez carreira no jornal, que foi um dos mais importantes do país entre as décadas de 1960 e 1980. De estagiário, tornou-se subchefe de reportagem, editor executivo e chefe de redação, convivendo com figuras emblemáticas do jornalismo brasileiro, como Alberto Dines e Millôr Fernandes. Mudou-se para Brasília em 1979, onde chefiou a sucursal do JB.

Foto: Reprodução/TwitterLuiz Orlando, referência na cobertura do Judiciário, morre aos 84 anos
Luiz Orlando, referência na cobertura do Judiciário, morre aos 84 anos

Desde 1992, Luiz O. trabalhava na cobertura do Judiciário, em especial do Supremo Tribunal Federal (STF), cujo comitê de imprensa frequentou com pontualidade, diariamente, por mais de duas décadas. Sua última função foi como repórter do portal Jota, especializado na área. E auxiliava e corrigia erros comuns de jovens repórteres.

Luiz O. foi também escritor, tendo publicado diversos títulos sobre jazz. Apaixonado pelo ritmo, publicava uma coluna semanal com avaliações dos mais recentes lançamentos, os quais acompanhava com afinco. Ele era também pintor e poeta.

Viúvo desde 2016, Luiz Orlando Carneiro deixa quatro filhos, incluindo duas filhas também jornalistas, além de netos e bisnetos.

Homenagens

O longo trabalho no Judiciário fez com que nomes importantes se pronunciassem sobre o falecimento de Luiz. A ministra Rosa Weber e outros ministros da Corte e personalidades jurídicas lamentaram a perda do jornalista.

“Com tristeza, manifesto sinceros sentimentos pela perda do excepcional jornalista Luiz Orlando Carneiro. Retratou o Supremo Tribunal Federal diariamente por quase três décadas, sempre com respeito à Corte e seus integrantes, levando a informação correta aos brasileiros. Em nome da Suprema Corte, registro que o jornalismo perde uma grande referência e um profissional que sempre será exemplo para as próximas gerações.”

“Manifesto meus sinceros sentimentos pela partida do grande jornalista Luiz Orlando Carneiro. Realizou a cobertura jornalística diária do Supremo Tribunal Federal por 30 anos com profissionalismo, isenção e seriedade. Perda irreparável para o jornalismo e para o Brasil, deixa um grande exemplo para a profissão”, disse o ministro Luiz Fux, do STF.

“A imprensa brasileira e, em especial o STF, são devedores da competência, inteligência e seriedade de Luiz Orlando Carneiro, que em 30 anos de cobertura jornalística da Corte estabeleceu um importante paradigma de atuação junto aos Tribunais. Meus sentimentos à família e aos amigos”, escreveu o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Em nota, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ressaltou que o jornalista “foi um exemplo de dedicação, competência e seriedade profissional". Luiz Orlando deixa uma lição de vida inspiradora para todos nós”, diz o texto da Corte.


Em 1965, o jornalista foi um dos fundadores do Clube de Jazz e Bossa, ao lado de nomes como Jorge Guinle, Ricardo Cravo Albin, Ary Vasconcelos, Sérgio Porto, Vinicius de Moraes e Tom Jobim. O grupo funcionou até 1967 com apresentações e homenagens semanais dentro do gênero musical.

Mesmo em cargos de chefia ou na reportagem, ele nunca deixou de escrever colunas e textos sobre jazz. Não à toa, Luiz O se tornou o autor de livros como Jazz: Uma Introdução (1982), Obras-Primas do Jazz (1986) e Elas Também Tocam Jazz (1989).

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