A Rússia realizou, na madrugada desta sexta-feira (4), um dos maiores ataques aéreos desde o início da guerra, atingindo Kiev e outras cidades ucranianas com uma ofensiva massiva de drones e mísseis, segundo informou a Força Aérea da Ucrânia.
O bombardeio ocorreu poucas horas após um telefonema entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin. De acordo com Trump, a conversa não resultou em “nenhum progresso”.
Este foi o primeiro ataque em larga escala desde que os Estados Unidos suspenderam temporariamente o envio de mísseis de defesa aérea Patriot para a Ucrânia, alegando a necessidade de avaliar seus próprios estoques de armamentos.
Ataque devastador
Segundo autoridades ucranianas, o ataque durou cerca de 13 horas, deixando mais de 20 feridos e cobrindo a capital ucraniana com uma densa nuvem de fumaça. “Uma noite absolutamente horrível e sem dormir em Kiev. Uma das piores até agora”, relatou o vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, em publicação na rede X (antigo Twitter).
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou a ofensiva como "um dos maiores e mais cínicos ataques aéreos até hoje". Ele cobrou mais pressão internacional sobre o Kremlin. “Sem uma pressão verdadeiramente forte, a Rússia não mudará seu comportamento estúpido e destrutivo. Precisamos de sanções adicionais e outros golpes na economia russa”, escreveu também no X.
Recorde de ofensiva
De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, a Rússia lançou 539 drones e 11 mísseis durante o ataque – o maior número já registrado, superando a ofensiva de 29 de junho, quando 537 alvos aéreos foram identificados em uma única investida.
A operação incluiu drones explosivos, mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos e até iscas eletrônicas projetadas para confundir ou sobrecarregar as defesas antiaéreas ucranianas. Kiev foi o principal alvo da ofensiva.
Apesar da intensidade, os sistemas de defesa aérea da Ucrânia conseguiram interceptar 478 dos alvos. Ainda assim, nove mísseis e 63 drones conseguiram atingir seus objetivos – um índice de impacto acima da média registrada em ataques anteriores.
Entre os armamentos utilizados estavam o míssil hipersônico Kinzhal e seis mísseis balísticos Iskander-M, ou sua versão norte-coreana, o KN-23.
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