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Cerca de 800 pessoas são detidas em protestos na Rússia

Os manifestantes pedem a liberdade do rival do presidente Vladimir Putin, preso preventivamente desde o último dia 17.

Ao menos 800 pessoas foram detidas na Rússia neste sábado, 23, em meio a protestos realizados por apoiadores de Alexei Navalny, um dos principais opositores do governo do país. Os manifestantes pedem a liberdade do rival do presidente Vladimir Putin, preso preventivamente desde o último dia 17.

A equipe de Navalni convocou manifestações em 65 cidades russas contra a prisão do líder da oposição. As primeiras passeatas aconteceram no extremo oriente do país, onde milhares de pessoas saíram às ruas em Vladivostok. Gravações na cidade mostram policiais perseguindo grupos de manifestantes. Já em Kabarovsk, a multidão enfrentou temperaturas de cerca de -14ºC enquanto gritava “Vergonha!” e “Bandidos!”.

Em Yakutsk, na Sibéria, uma das cidades mais frias do mundo e onde a temperatura chegou a -52ºC neste sábado, uma filmagem mostra policiais carregando um manifestante pelos braços e pernas até uma van.

De acordo com o OVD-Info, projeto de mídia independente com foco na cobertura de direitos humanos no país, pelo menos 863 pessoas já foram detidas até o momento nas manifestações.

Na capital Moscou, pelo menos 100 pessoas foram detidas antes mesmo do protesto começar, às 14h locais (8h no horário de Brasília). A concentração estava marcada para acontecer na praça Pushkin, onde a polícia moscovita havia instalado barricadas como tentativa de conter a organização.

Lyubov Sobol, um dos aliados mais próximos de Navalni, foi um dos presos na concentração do protesto na capital do país.

A polícia local já havia advertido que pretendia “reprimir” qualquer reunião não-autorizada que considerasse uma “ameaça para a ordem pública”. O prefeito da cidade, Serguéi Sobianin, disse que manifestações são “inaceitáveis” em meio a uma pandemia como a do novo coronavírus.

No Instagram, a mulher de Navalni, Yulia Navalnaya, disse que pretendia se juntar aos manifestantes em Moscou pelo seu marido, que “jamais se renderá”. Segundo a agência de notícias Reuters, ela foi detida em Moscou.

As autoridades baniram os protestos com antecedência. As forças policiais já agiram em manifestações anteriores às deste sábado, prendendo colaboradores do opositor ao longo da última semana por incitarem os encontros.

A expectativa dos apoiadores de Navalni é de pressionar as autoridades a favor da libertação do líder, apesar das condições severas do inverno local e da pandemia.

Navalni, um ex-advogado, foi detido no aeroporto de Moscou no domingo, 17, ao retornar da Alemanha. Ele acusa o presidente Vladimir Putin de encomendar o seu assassinato; o opositor foi envenenado em agosto do ano passado. Ele deve permanecer na prisão pelo menos até o dia 15 de fevereiro. Putin, no entanto, nega envolvimento com o caso.

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