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Civis treinam para guerra com armas de madeira na Ucrânia

O país tem 250 mil reservistas, parte deles vem fazendo treinamentos constantes nos últimos dois meses.

Na Ucrânia, centenas de civis treinaram com armas de madeira neste sábado, 19, para se prepararem contra uma possível invasão russa.

Em Kharkiv, a 40 quilômetros da fronteira russa, os civis começaram seu treinamento militar. Cerca de 150 voluntários aprenderam habilidades de fuzil e técnicas de sobrevivência ao se juntarem a uma das muitas Forças de Defesa Territoriais da Ucrânia.

As Forças Armadas do país tem 215 mil soldados na ativa, e 250 mil reservistas. Parte do pessoal da reserva vem fazendo treinamentos constantes nos últimos dois meses, se preparando para uma possível guerra.

Houve aulas de tática, paramédicos, treinamento na pista de obstáculos. O treinamento é conduzido por instrutores com experiência em combate, integrantes da iniciativa pública “Resistência Total”.

Kharkiv é a segunda maior cidade da Ucrânia, e muitos temem que ela esteja entre as primeiras cidades alvo de um ataque russo.

Mais a oeste, na capital Kiev, os civis vão fazer treinamentos para habilidades semelhantes no domingo. O grupo em Kiev deve ter a participação de 250 pessoas, incluindo mulheres e homens mais velhos.

A Rússia acumulou mais de 100.000 soldados, bem como uma quantidade significativa de equipamento militar, perto da fronteira ucraniana.

Os civis ucranianos aprenderam também a construir um abrigo na neve profunda como parte de um curso intensivo de técnicas de sobrevivência, em uma floresta nos arredores de Kharkiv.

Para os participantes, os dois dias de treinamento para aprender a fazer fogueiras e sobreviver em temperaturas abaixo de zero assumiram uma nova urgência à medida que os temores de uma possível invasão russa se intensificam.

Os voluntários da unidade de defesa incluem todos, desde pessoas sem experîencia militar a veteranos militares, até novos recrutas. Muitos até agora estão armados apenas com rifles de compensado – substitutos com peso e medida similar aos fuzis reais.

Um instrutor militar ensina civis segurando réplicas de madeira de fuzis Kalashnikov, enquanto eles participam de uma sessão de treinamento em uma fábrica abandonada na capital ucraniana de Kiev.

Exercícios militares da Rússia

O Kremlin informou que os exercícios estratégicos russos realizados neste sábado, 19, sob a supervisão de Vladimir Putin, em meio a uma crise com o Ocidente sobre a Ucrânia, envolveram disparos de mísseis balísticos e de cruzeiro.

Na Ucrânia, líderes de dois territórios separatistas no leste assinaram neste sábado decretos de “mobilização geral” para preparação para a guerra, reforçando temores de que a Rússia possa invadir o país em breve.

"Os objetivos planejados durante os exercícios das forças estratégicas de dissuasão foram totalmente cumpridos. Todos os mísseis atingiram os alvos estabelecidos", informou a presidência russa em comunicado.

Esses mísseis, segundo o Kremlin, são capazes de transportar cargas nucleares. As agências de notícias russas RIA Novosti e Interfax disseram que os exercícios foram monitorados por Putin e pelo líder da Belarus, Alexander Lukashenko, da sala de situação no Kremlin.

Anunciados na sexta-feira, os exercícios militares em larga escala tiveram início horas depois de os Estados Unidos alertarem que estavam certos de uma invasão iminente da Ucrânia, onde os confrontos entre Kiev e separatistas pró-Rússia no leste estão aumentando.

Apesar dessa situação cada vez mais tensa no front, que custou a vida de um soldado ucraniano neste sábado, seu presidente Volodmir Zelensky viaja para a Alemanha para participar da Conferência de Segurança de Munique e receber apoio do Ocidente.

As forças armadas da Ucrânia e os separatistas pró-Rússia mais uma vez acusaram-se mutuamente de novos ataques e de violação do cessar-fogo naquela região. O Exército de Kiev relatou 66 incidentes armados até as 7h de sábado (1h de Brasília), um número particularmente alto, enquanto os rebeldes no reduto separatista de Donetsk chamaram a situação de "crítica".

"Como resultado do bombardeio, um soldado ucraniano foi ferido fatalmente por estilhaços", disseram autoridades militares no leste da Ucrânia.

Observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que monitoram este conflito aberto desde 2014 alertaram no sábado para um "aumento drástico" nas violações do cessar-fogo.

Segundo Kiev, "as forças armadas controlam a situação e continuam a cumprir sua missão de repelir e conter a agressão armada da Federação Russa".

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