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Rússia bombardeia Kiev e amplia ofensiva para tomar capital da Ucrânia

O presidente da Ucrânia disse em pronunciamento no fim da noite que acredita ser o "alvo número 1".

Com tropas russas avançando rumo a Kiev por terra, o presidente russo, Vladimir Putin, parece centrar seus objetivos militares na tomada da capital da Ucrânia, no segundo dia da invasão, que já deixou mais de 130 mortos e levou 100 mil pessoas a fugirem da zona de conflito. A cidade foi alvo de fortes explosões no início da madrugada desta sexta-feira. Os ataques, segundo o governo ucraniano, vieram de mísseis de cruzeiro ou balísticos.

O ministro do Interior, Anton Gerashchenko, publicou um vídeo em suas redes sociais que mostra um prédio em chamas após ser atingido por explosivos. "Putin - você é um assassino", escreveu o ministro. O vice-ministro do Interior da Ucrânia, Yevhen Yenin, atribuiu uma explosão ouvida nesta sexta-feira ao "sistema antimísseis ucraniano" disparado contra um míssil russo.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, também se manifestou sobre os bombardeios em Kiev e comparou os ataques à 2ª Guerra - e a Rússia à Alemanha nazista. "Horríveis ataques com foguetes russos em Kiev. A última vez que nossa capital experimentou algo assim foi em 1941, quando foi atacada pela Alemanha nazista. A Ucrânia derrotou esse mal e derrotará este. Parem Putin. Isolem a Rússia. Cortem todos os laços. Expulsem a Rússia de tudo".

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse em pronunciamento no fim da noite que acredita ser o "alvo número 1", de Putin, que ordenou a invasão da Ucrânia na quinta-feira.

“Vou ficar na capital”, disse ele, acrescentando que sua família também estava na Ucrânia, mas que ele não poderia divulgar sua localização. “O inimigo me marcou como alvo nº 1, minha família, como alvo nº 2. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado”, afirmou.

"Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado", afirmou Zelenski em um vídeo publicado na conta presidencial. "Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo", lamentou.

O governo americano acredita que a deposição de Zelenski é um dos principais desejos do chefe do Kremlin. "Todas as evidências sugerem que a Rússia pretende cercar e ameaçar Kiev”, disse o secretário de Estado Anthony Blinken.

Os tanques russo estão a pouco mais de 30 km de Kiev, numa invasão-relâmpago por terra, mar e ar, que levou um conflito armado ao coração da Europa pela primeira vez desde os anos 90.

A ofensiva de Putin, descrita pelo Kremlin como uma operação reservada ao leste da Ucrânia, envolveu três frentes por terra, com movimentos para ocupar o estratégico porto de Mariupol, no leste, por onde escoam as produções de trigo e cevada; a antiga usina nuclear de Chernobyl, ao norte; e Odessa, ao sul, com tropas invadindo a partir da Crimeia.

Relatos de bombardeios também chegam de outras partes do país. O serviço de fronteira ucraniano confirmou que um ataque com mísseis causou baixas na região de Zaporizhzhya.

Um alto funcionário do Pentágono disse que três linhas de tropas e forças militares russas estavam se movendo rapidamente em direção às cidades ucranianas – uma indo para o sul de Belarus em direção a Kiev; outro em direção a Kharkiv, no nordeste da Ucrânia; e um terceiro em direção a Kherson, no sul, perto da Crimeia. As forças estavam usando mísseis e artilharia de longo alcance, disse o oficial.

Sanções à Rússia

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira, 24, uma nova leva de sanções à Rússia, pela invasão da Ucrânia na última madrugada. "Por semanas nós vínhamos alertando que isso podia acontecer", disse Biden. "Putin é o agressor. Putin escolheu essa guerra. E agora ele e seu país vão sofrer as consequências", disse em discurso na Casa Branca.

As sanções de hoje atingem outros quatro bancos russos e adicionam novos nomes de membros da elite russa próximos ao Kremlin ao bloqueio dos EUA. Outros bancos alvo do bloqueio americano que somam US$ 1 trilhão em ativos.

"Projetamos propositadamente essas sanções para maximizar um efeito de longo prazo na Rússia e minimizar o impacto sobre os Estados Unidos e nossos aliados. Quero ser claro, os Estados Unidos não estão fazendo isso sozinhos. Durante meses, construímos uma coalizão de parceiros que representam bem mais da metade da economia global", afirmou Biden.

"Vamos limitar a capacidade da Rússia de fazer negócios em dólares, euros, libras. Vamos interromper a capacidade de financiamento e de crescimento das forças armadas russas. Nós vamos prejudicar sua capacidade de competir na economia de alta tecnologia do século 21", prometeu Biden.

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