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Rússia lança mísseis contra Kharkiv em resposta ao avanço da Ucrânia

Militares ucranianos afirmam que ganharam mais terreno contra as forças russas após ofensiva dramática.

Os militares ucranianos disseram nesta segunda-feira, 12, que ganharam mais terreno contra as forças russas no último dia, sugerindo que um avanço relâmpago no nordeste da Ucrânia ainda tem espaço para acontecer. Ao mesmo tempo, as forças russas em retirada retaliaram a região com ataques de mísseis de longo alcance e ataques aéreos, segundo autoridades ucranianas e americanas.

Depois de uma ofensiva dramática no fim de semana que recapturou centenas de quilômetros quadrados de território, o Exército afirmou que avançou para mais 20 cidades e vilarejos ucranianos que estavam sob controle russo entre domingo e segunda-feira. A alegação não pôde ser verificada de forma independente.

Em resposta, na noite de domingo, Moscou atacou instalações de infraestrutura em Kharkiv, deixando muitos civis sem energia e água. A maioria dos serviços foi restabelecida na manhã desta segunda-feira, informou a agência de notícias Ukrinform.

O ataque russo à usina de energia de Kharkiv provocou um grande incêndio. Na escuridão, outro míssil atingiu um prédio residencial por volta da meia-noite, derrubando parte dele e matando uma pessoa, disseram autoridades locais.

“É perigoso viver em Kharkiv, todo dia é perigoso. As noites são sem dormir, mas de qualquer forma você continua vivendo porque tem uma família e precisa sobreviver e trabalhar de alguma forma”, disse Katerina Protsenko, veterinária de 29 anos que mora em Kharkiv em um apartamento de onde se pode ver o prédio atacado.

Mais explosões soaram no meio do dia desta segunda-feira, com um prédio administrativo da polícia incendiado após outro ataque que matou uma pessoa em um prédio vizinho. “A Rússia realizou um ataque com foguete contra uma cidade pacífica, onde vivem pessoas pacíficas, assim como as pessoas que vivem nos EUA, ou em qualquer outro lugar do mundo, que vão à escola, têm suas vidas comuns, criam seus filhos”, disse o chefe da polícia regional de Kharkiv, Volodmir Timoshko.

Mesmo com os ataques, a Ucrânia continuou nesta segunda-feira seu esforço para remodelar o terreno da guerra iniciada em 24 de fevereiro, reivindicando mais território tanto no nordeste quanto no sul, e levantando questões sobre se os militares russos podem manter a área que ainda controlam no país.

Os militares ucranianos afirmaram ter avançado em mais 20 cidades e vilarejos ucranianos entre domingo e segunda-feira que estavam sob controle russo, somando-se às centenas de quilômetros quadrados retomados no nordeste.

Eles também afirmaram ter recapturado quase 500 km² na região sul de Kherson, no sul, nos últimos dias. Kiev afirmou ontem que já foram 6 mil km² recuperados desde o início de setembro. Essa ofensiva tinha o objetivo de isolar milhares de soldados russos estacionados a oeste do Rio Dnieper em território que a Rússia reivindicou nos estágios iniciais de sua invasão.

A Rússia ainda detém vastas porções do leste e do sul da Ucrânia. Mas as autoridades russas, descrevendo a retirada como um movimento planejado para “reagrupar”, enfrentam questões difíceis, especialmente com uma crescente reação à sua “operação militar especial” na Ucrânia de vozes pró-guerra em casa.

Moscou insiste que vai reagir à ofensiva ucraniana. O porta-voz do ministério da Defesa, Igor Konashenkov, informou nesta segunda-feira sobre bombardeios em áreas recuperadas por Kiev no leste e o Kremlin garantiu que sua contraofensiva continuará “até que os objetivos sejam alcançados”.

O analista Alexandre Grinberg, do Instituto de Segurança e Estratégia de Jerusalém, afirma que é preciso observar agora o impacto dos desdobramentos internamente na Rússia. “Será necessário ver se esta derrota, muito espetacular, mesmo que seja apenas tática, tem algum impacto na opinião pública”, afirmou à agência France Presse.

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