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Piauí poderá exportar o aplicativo Salve Maria para o Maranhão

A ferramenta, desenvolvida cem por cento no Piauí, já chamou a atenção de policiais americanos.

Em breve o aplicativo Salve Maria poderá salvar vidas de mulheres maranhenses, como já ocorre com as piauienses. A ferramenta, desenvolvida cem por cento no Piauí, já chamou a atenção de policiais americanos e agora despertou interesse em autoridades policiais vizinhas.

Na última terça-feira (29), o diretor de Tecnologia da Informação David Amaral, acompanhado da coordenadora da Central de Flagrantes de Gênero Thaís Paz, recebeu a coordenadora das Delegacias da Mulher no Maranhão, delegada Kazumi Tanaka, na sede da Agência de Tecnologia da Informação do Piauí, onde trataram sobre uma parceria estadual visando a implantação do Salve Maria no Maranhão.

Tanaka revela que descobriu a solução tecnológica por meio da internet. “Eu tomei conhecimento através das redes sociais e de informações de entrevistas que haviam sido feitas relativa a questão da aplicabilidade desse novo sistema, de como ele é simples e de como tem sido exitoso”, disse.

A partir daí a delegada contatou a Polícia Civil do Piauí. “Foi a Polícia Civil que fez essa ponte com a ATI, órgão onde foi criado o aplicativo, então viemos até aqui para conhecer de perto, pois temos amplo interesse em levar essa tecnologia também para as mulheres maranhenses”, contou.

O diretor técnico da Agência de Tecnologia David Amaral fez uma apresentação sobre o painel de monitoramento das denúncias recebidas através do Salve Maria e do modo de funcionamento do sistema. “Falamos da dinâmica de construção, dificuldades que enfrentamos e as evoluções desse sistema. Nessa conversa mostramos todos esses passos, ela [delegada Kazumi] nos contou alguns casos de feminicídio que acontecem no Maranhão, houve essa troca de informações”, falou.

O Salve Maria permite que casos de agressão praticados contra a mulher sejam denunciados de maneira anônima tanto pela vítima, como por terceiros, criando uma rede de proteção à mulher. A denúncia pode ser realizada de duas formas, sendo uma através do botão do pânico, quando a agressão é iminente ou já está ocorrendo e ainda através de um formulário com informações sobre o caso denunciado.

Ao apertar o Botão do Pânico, o aplicativo envia um alerta a uma unidade policial com a localização da vítima. Com isso, a viatura ou o efetivo mais próximo é destacado para atender o chamado, garantindo um atendimento mais célere. Já por meio do formulário, parentes, vizinhos, pessoas em geral podem anexar fotos, vídeos, imagens e áudios às informações da denúncia, também de maneira anônima.

O próximo passo rumo a parceria estadual será uma videoconferência entre os órgãos de segurança e tecnologia dos dois estados. “Vamos demonstrar tecnicamente como esse aplicativo foi desenvolvido para que a Agência de Tecnologia do Maranhão possa tirar dúvidas conosco e implantar a ferramenta por lá. Após isso pode haver assinatura do Termo de Cooperação Técnica, como já fizemos anteriormente com relação a outros sistemas”, explicou David Amaral.

Recentemente o monitoramento do ‘app’ registrou o recebimento de denúncias provindas das cidades de Timon e Caxias no Maranhão. Porém a Polícia do Piauí não pode atender chamadas fora de seu território, portanto o início do diálogo para a parceria entre os estados visando a implantação do Salve Maria vai ao encontro da necessidade de mulheres maranhenses vítimas de violência.

“A gente sabe que atualmente grande parte das mulheres tem à sua disposição celulares com possibilidade de baixar aplicativos, com o Salve Maria teremos mais uma ferramenta para que elas usem em momento de maior emergência e de modo simples. Vai ser interessantíssimo ter o aplicativo como mais uma das políticas públicas implementadas por nosso estado através dessa parceria entre o Piauí e Maranhão, para que nós cheguemos mais perto às casas, às vidas das mulheres e elas possam se libertar de situações de violência a que estão submetidas diariamente”, analisa a delegada Kazumi.

Lançado em março deste ano, essa ferramenta tecnológica de combate ao feminicídio já recebeu 116 denúncias e mais de três mil downloads. “A maneira como tem sido desenvolvido aqui no Piauí é muito interessante, bem simples e autoexplicativo, é disso que a gente precisa, por isso pretendemos que quanto antes possível seja disponibilizado à mulher maranhense”, relatou.

O Salve Maria pode ser baixado gratuitamente em qualquer smartphone na loja virtual Play Store. Em breve estará disponível para outras plataformas como iOS.

Participaram da reunião o analista de sistemas Carlos Júnior, desenvolvedor do app, o analista Juniel Alves e o gerente de Infraestrutura da Agência de Tecnologia da Informação, Weslley Oliveira.

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