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Teresina - Piauí

Professor diz que acusado de matar Ítalo Rodrigo ameaçou outros colegas

“Ele dizia para os meninos que iria matar todo mundo da sala. Mas, os meninos levavam na brincadeira e acabou acontecendo isso”, disse um dos professores.

O assassinato de Ítalo Rodrigo Nascimento Sousa, de 16 anos, além de causar uma forte comoção à população, gerou surpresa aos que conviviam com o acusado de praticar o crime. O jovem era considerado um aluno de 'destaque' na unidade escolar, mesmo já tendo ameaçado matar todos os colegas de sala de aula.

Um dos professores do colégio onde o menor estudava, que não quis se identificar, revelou ao GP1 nesta quinta-feira (25), que ele era um aluno participativo e responsável. Após saberem do ocorrido, todos os funcionários e estudantes da escola ficaram surpresos. “Ele [acusado de matar Ítalo] era um dos alunos que tinha maior destaque na sala. Ele era brincalhão, debochado, fazia todas as tarefas, ele não era de responder professor. Quando nós ficamos sabendo disso, todo mundo ficou com o queixo caído. Eu passei a noite sem dormir, praticamente, porque foi um ‘baque’", pontuou.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1Adolescente acusado de assassinar Ítalo RodrigoAdolescente acusado de assassinar Ítalo Rodrigo

Embora ele fosse um estudante com todas as qualidades citadas, ainda assim havia professores que achavam estranho o jeito dele. "Tem professores que não gostavam dele pelo olhar de mal-encarado. Mas todos tinham uma boa relação com ele. O que eles comentavam é que ele colocava um olhar sério, encarando. Isso foi comentado várias vezes. O jovem andava sempre com a mochila e não largava de jeito nenhum", comentou.

O professor informou ainda que o rapaz sempre falava em matar. Porém, devido ao seu jeito ‘brincalhão’, ninguém levava a sério as ameaças. “Ele sempre falava que ia matar todo mundo. Só que ninguém levava a sério, porque ele era muito brincalhão. Ele também chegou a falar sobre o ataque na escola, só que ninguém levava a sério porque a família era evangélica, ele vivia dentro de igreja”, concluiu.

Entenda o caso

Ítalo Rodrigo Nascimento Sousa, de 16 anos, foi encontrado morto, amarrado e amordaçado dentro de casa na manhã de terça-feira (16), no Conjunto Teresina Sul, zona sul de Teresina. A irmã foi responsável por encontrar o corpo, pois ela havia recebido uma ligação da vítima por volta de 09h.

Na tarde do mesmo dia, o acusado foi apreendido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele disse que planejou todo o crime e que tinha vontade de cometer um homicídio.

Momentos antes do crime

Ainda de acordo com o coordenador do DHPP, a vítima ficava sozinha em casa por estar no período de férias e os seus familiares saíam todos pela manhã para trabalhar. A irmã de Ítalo Rodrigo ainda enviou mensagens para ele informando que teve um contratempo e que retornaria para a residência. A vítima avisou o acusado que a irmã chegaria mais cedo, por isso ele praticou o crime antes que ela chegasse ao local.

“Ele ficava sozinho em casa, por estar de férias, o pai e a mãe saíam de casa, a irmã dele também, só que ela teve um contratempo e avisou a vítima que estaria retornando para casa, nesse momento o acusado já estava com o adolescente e no depoimento ele conta que se apressou em matar a vítima e não esquartejou o jovem, dali ele já foi para o Satélite e por lá foi encontrado ainda com a faca e tinha um livro que ele gostava de ler sobre serial killer”, coordenador do DHPP, delegado Francisco Costa, o Barêtta.

Ataque em escola

O acusado ainda revelou em depoimento que tinha como objetivo realizar um atentado em uma escola onde estudou. Para isso ele estava tentando conseguir uma arma de fogo. Mesmo após toda situação do crime, o suspeito apresentou frieza e nenhum sentimento de arrependimento pela morte de Ítalo Rodrigo.

“O acusado persuadiu a vítima, que teve suas mãos amarradas para trás e ele revelou também que tinha o propósito de fazer um atentado em uma escola que ele estudava. Ele estava tentando conseguir uma arma de fogo e um facão. No depoimento ele estava muito frio, insensível, não demonstrou nenhum arrependimento. Por se tratar de um menor, foi feito o auto de prisão em flagrante, só que a diferença é por ato infracionário doloso. Temos 10 dias, nós vamos encaminhar o caso para a Delegacia do menor infrator”, acrescentou.

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