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Teresina - Piauí

Protetora de animais denuncia descaso no Hospital Veterinário da UFPI

Raissa é protetora independente dos animais e atua a mais de cinco anos com a defesa dos pets em Teresina. Ela trabalha com o resgate de animais em situação de risco.

A protetora independente de animais, Raissa Rocha, denunciou ao GP1 na manhã desta terça-feira (3) o "descaso" do Hospital Veterinário Universitário (HVU), da Universidade Federal do Piauí.

Segundo ela, o hospital está desde o ano passado com problemas como falta de material, exames, atendimentos e serviços básicos de limpeza e manutenção. Ela contou que os serviços prestados pelo hospital são pagos, mas com um valor bem abaixo do cobrado em clinicas particulares.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Protetora de animais Raissa RochaProtetora de animais Raissa Rocha

“O Hospital Veterinário não está funcionando como precisa funcionar, a gente sabe que o hospital recebe verbas federais e tem repasse da Prefeitura de Teresina para isso, não sabemos o motivo do hospital está dessa forma e não temos resposta. Desde o ano passado, do início para o meio do ano, já não estava funcionando a parte de cirurgias ortopédicas por exemplo. Não tem material suficiente, a parte de ultrassom, raio-x, exames de imagem em geral também não estavam sendo feitos”, contou.

Raissa é protetora independente dos animais e atua a mais de cinco anos com a defesa dos pets em Teresina. Ela trabalha com o resgate de animais em situação de risco e também colabora com diversas ONGs na capital piauiense.

“Sempre recorremos ao HVU”

Ela destacou que a maioria dos resgates que consegue auxiliar são de atropelamentos e que a única opção é levar para o Hospital Veterinário Universitário, já que não tem um local gratuito que atenda os animais.

“A gente acaba tendo que recorrer ao HVU por ser mais em conta do que nas clinicas particulares. Não temos políticas públicas para os animais e por isso não temos um local que seja feito consultas e atendimentos gratuitos em relação aos animais, não temos nada disso, a Prefeitura não nos fornece e não fornece para a comunidade como um todo. E nós como protetores tentamos sanar esse problema de alguma forma”, afirmou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Raissa Rocha protetora de animais em TeresinaRaissa Rocha protetora de animais em Teresina

Falta de segurança para os animais

A protetora relatou também que recentemente recebeu o relato de uma tutora que perdeu o gato após internar o mesmo no hospital. Ela disse que o animal sumiu do local e que ainda não teve respostas.

“Eu recebi um relato de uma tutora que internou o gatinho para fazer um tratamento urinário, ficou internado três dias, foi internado dia 25, quando foi dia 28 ela recebeu uma ligação que o animal tinha sumido do hospital. O gato estava sondado pela bexiga e estava no soro, ninguém sabe como isso aconteceu, ninguém se pronunciou sobre o desaparecimento. Ela passou o dia procurando na região, está todos esses dias, mas ainda não encontrou”, contou.

Outro lado

Em entrevista ao GP1, o diretor do Hospital Veterinário Universitário (HVU), professor Francisco Macêdo, esclareceu os problemas e explicou o que aconteceu com o gato citado acima na matéria.

"Em relação ao animal citado, quando foram aplicar o medicamento dele, que é muito bravo, avançou neste senhor e conseguiu fugir, nós já localizamos ele, porque sempre volta, mas não recuperamos. Nós abrimos uma comissão para apurar a situação. Em relação a falta de materiais, o Hospital Veterinário é um hospital escola, como não existe SUS para os animais, a gente não tem como não cobrar, porque não tem quem sustente, temos que comprar os medicamentos, e até para isso é muita burocracia", contou o professor.

Ele ressaltou que o Hospital Veterinário de Teresina está entre os melhores do país e que realiza milhares de atendimentos mesmo com a falta de recursos. "Queremos fazer muito mais, mas já fizemos muito em relação aos outros hospitais veterinários universitários, são 48 em todo o país. Nós estamos entre os melhores, só perdemos para o de Belo Horizonte, e porque estamos no Piauí, que não é um estado muito avançado. Aqui é um dos que mais atendem animais, são mais de 20 mil atendimentos e mais de 48 mil procedimentos", explicou.

O diretor ainda enfatizou que não recebe recursos da Prefeitura de Teresina, apenas há um convênio entre o hospital e o órgão para o programa de castramento dos animais na cidade.

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