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Teresina - Piauí

Advogada de mulher espancada por ex-PM em Teresina revela detalhes do crime

Max Kellysson, acusado de matar o radiologista Rudson Vieira, agora responde por mais um crime.

A advogada Taline Prado, que representa a mulher de 52 anos agredida fisicamente por Max Kellysson Marques Marreiros, concedeu entrevista exclusiva ao GP1 na noite desta terça-feira (18), e apresentou todos os detalhes do caso, em que sua cliente quase foi morta pelo acusado dentro do próprio apartamento em um condomínio na zona leste de Teresina, na madrugada do dia 28 de agosto. A Justiça já recebeu denúncia do Ministério Público e o ex-policial militar será julgado por tentativa de homicídio.

De acordo com a advogada, sua cliente não tentou separar uma briga de Max Kellysson com a namorada, como chegou a ser veiculado. “O crime foi cometido na madruga do dia 28 de agosto desse ano. Tivemos informação de que o Max estava com a namorada em um bar, não tenho certeza, o que me disseram foi que eles saíram porque foi expulso de lá porque já estavam brigando. Eles voltaram para o apartamento dela, onde eles já estavam morando há mais ou menos dois meses daquela data. E eles estavam tendo uma briga dentro do apartamento, ela dizendo ‘tu vai me matar’ esse tipo de coisa, ele estava quebrando o apartamento dela todo, isso por volta de duas da manhã mais ou menos. Até que ela bateu na porta da minha cliente pedindo que ela fosse até o apartamento dela, porque o namorado estava quebrando tudo e minha cliente falou que não iria, minha cliente é uma senhora ela falou que não iria, não conhece ela, não conhecia o namorado, ela disse ‘o que eu posso fazer é chamar a polícia e você tem que sair daqui o mais rápido possível’, e foi o que ela fez. Ela fechou a porta e chamou a polícia, e a namorada infelizmente voltou para o apartamento”, relatou.

Foto: Reprodução/WhatsAppApartamento ficou destruído
Apartamento ficou destruído

Pouco tempo depois, segundo a advogada, o ex-PM se dirigiu ao apartamento de sua cliente e invadiu o imóvel após arrombar a porta. “Minha cliente entrou e foi se deitar, pouco tempo depois ela já ouviu um barulho na porta dela e uma voz masculina dizendo ‘ela não quer conversar, agora ela vai ver o que é que vai acontecer com ela’, ameaçando e dando murros na porta. Até que ele pegou o extintor de incêndio e começou a arrombar a porta dela, fez um buraco no meio da porta suficiente pra passar a mão por dentro e destrancar. Minha cliente correu pro banheiro, se trancou no banheiro e ele foi atrás dela dizendo ‘eu vou te matar, sua vagabunda vadia, cachorra’. Ela pediu socorro, infelizmente não apareceu ninguém pra ajudar nesse momento, a namorada dele sumiu, foi até a portaria, mas também não fez nada, detalhou Taline Prado.

Arrombou porta com extintor

Após invadir o apartamento, Max Kellysson usou o extintor de incêndio para arrombar a porta do banheiro e iniciou as agressões, conforme a advogada. “Ele pegou novamente o extintor e fez um buraco muito maior e puxou ela pelos cabelos, jogou na cama, ficou em cima dela e começou as agressões. Murros no rosto, nos seios, nas costelas por onde ele podia, por onde ele conseguia ele bateu nela”, revelou.

Foto: Reprodução/WhatsAppPortas foram arrombadas com extintor de incêndio
Portas foram arrombadas com extintor de incêndio

Apartamento ficou destruído

A advogada relata que a vítima conseguiu se desvencilhar e correu até o elevador, sendo seguida por ele, mas ela conseguiu escapar e se escondeu na guarita do condomínio. Com isso, o agressor voltou ao apartamento da mulher e destruiu o imóvel e toda a sua mobília.

“Ela conseguiu correr em direção ao elevador, ele correu atrás dela, pegou ela por trás com um golpe de mata leão e continuou socando ela nas costelas, derrubou ela no chão, até que chegou um vizinho e interrompeu. A testemunha viu ele voltando para o apartamento dela e destruindo o apartamento dela inteiro. Ele destruiu tudo que tinha lá dentro”, informou Taline Prado.

Max Kellysson conseguiu fugir antes da chegada da polícia, contudo, a vítima registrou Boletim de Ocorrência, fez exame de corpo de delito e ele foi indiciado pelos crimes de tentativa de homicídio, injúria, difamação e danos materiais.

Foto: Reprodução/WhatsAppMarcas de sangue no apartamento
Marcas de sangue no apartamento

Denúncia do Ministério Público

No dia 7 de outubro o Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do promotor Ubiraci Rocha, ofereceu denúncia contra Max Kellysson, pelo crime de tentativa de homicídio. A denúncia foi aceita pela Justiça e no dia 13 de outubro o juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, determinou a remessa dos autos à Distribuição Criminal.

Prisão

Foto: Marcelo Cardoso/GP1Max Kellysson sendo conduzido
Max Kellysson sendo conduzido

O ex-PM foi preso na tarde desta terça-feira (18) em um supermercado na zona sul de Teresina. A prisão foi realizada pela Delegacia Estadual de Captura (Decap), sob o comando do delegado Eduardo Aquino, em cumprimento ao mandado de prisão preventiva expedido no âmbito do processo do crime de tentativa de homicídio.

Assassinato de radiologista

O radiologista Rudson Vieira Batista da Silva, de 32 anos, foi baleado na noite de 1º de dezembro de 2019, durante um desentendimento com o então policial militar Max Kellysson, em um bar no Bairro Buenos Aires, zona norte de Teresina. Ele chegou a ficar internado no Hospital São Marcos, mas morreu no dia 7 de dezembro.

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