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Teresina - Piauí

Acusada de matar o marido em Teresina era vítima de agressões, diz DHPP

A mulher fugiu logo após o crime e ainda não foi localizada. O DHPP está investigando o caso.

O diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, revelou em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (24), que Elinalva Silva de Sousa, acusada de matar João Adenilson Silva, 42 anos, no último sábado (22), tinha a seu favor uma medida protetiva em razão das constantes agressões que sofria.

Segundo Barêtta, o casal tinha um longo histórico de violência doméstica e mesmo tendo uma medida protetiva expedida contra João Adenilson, Elinalva Silva voltou a conviver com João Adenilson.

Foto: Alef Leão/GP1Barêtta
Barêtta

“Ele já tinha histórico de violência doméstica, tinha uma medida protetiva, contudo, a própria vítima deixava que o agressor se aproximasse dela e nos últimos dias eles estavam conversando. Na madrugada, ela mandou uma foto de uns ferimentos no rosto e um áudio pedindo socorro para uma parente e ela sumiu já na madrugada. Ao amanhecer, o corpo foi encontrado com duas perfurações de arma branca na região do peito e a principal suspeita é ela”, informou o delegado Barêtta.

Brigas eram constantes

O diretor do Departamento de Homicídio afirmou que os próprios vizinhos do casal relataram que as brigas entre os dois eram constantes, mas que no dia seguinte o casal fingia que nada havia acontecido e seguia junto.

Foto: Alef Leão/GP1Residência do casal
Residência do casal

“Por volta das 3h da madrugada os vizinhos disseram que ouviram gritos de socorro, barulho, gritaria, mas disseram que era comum acontecer isso com eles e pela manhã eles amanheciam como se nada tivesse acontecido. Já faziam da violência um hábito natural que realmente concorre para a prática do crime, ou o homem mata a mulher ou a mulher mata o homem. Está aí o resultado”, disse Barêtta.

Foto: Alef Leão/GP1Barêtta, diretor do DHPP
Barêtta, diretor do DHPP

De acordo com o delegado Barêtta, o casal também tinha o costume de terminar a relação amorosa e reatar pouco tempo depois, o que culminava em mais brigas e discussões.

Foto: Alef Leão/GP1Diretor do DHPP, delegado Barêtta
Diretor do DHPP, delegado Barêtta

“Eles já tinham histórico de violência doméstica, inclusive, tinha uma medida protetiva. Eles tinham se separado, mas, recentemente, estavam reatando. Era aquelas coisas, eles tinham algumas visitas aceitadas pela própria vítima aí resultou na morte do indivíduo. Segundo consta o relato, ela foi agredida anteriormente e desferiu golpes de faca nele, matando-o ali no local”, frisou o diretor do DHPP.

Acusada está foragida

Em relação a culpabilidade da mulher pelo homicídio, Barêtta explicou que tudo será esclarecido e estará explanado no inquérito policial após a acusada ser localizada e prestar depoimento.

"[Culpabilidade] Só após a instauração do inquérito policial, o exame pericial. Nós temos duas coisas para poder definir como a legítima defesa ou não, que é a razoabilidade e a proporcionalidade, sem isso a gente não pode dizer nada. Até agora ela está desaparecida. Não compareceu, não foi localizada. Mas nós já encaminhamos despacho para a delegacia competente no sentido de que possa fazer a diligência necessária e se ela continuar desaparecida, foragida, o caminho é uma medida cautelar contra ela para encarcerá-la”, finalizou o diretor do Departamento de Homicídio.

O crime

João Adenilson Silva, 42 anos, morreu após ser esfaqueado na manhã do último sábado (22), no Conjunto Paulo de Tarso, bairro Aroeira, zona norte de Teresina.

A delegada Nathalia Figueiredo informou que a princípio, o crime foi cometido durante uma discussão entre a agressora e a vítima. “Tivemos informação que na madrugada teria havido uma luta entre o casal. Pelas informações, a agressora seria esposa da vítima. Sobre a dinâmica do crime, tem que aguardar o resultado da perícia. Mas, apuramos que havia histórico de violência doméstica do agressor em relação a vítima", disse.

Relato da vizinhança

Uma vizinha e amiga do casal, Francisca Angélica Evangelista, conversou com a imprensa e deu mais detalhes sobre a rotina da vítima e da acusada. Ela relatou que antes do crime, estava bebendo com João Adenilson e a mulher.

“Eles não estavam discutindo quando nós estávamos bebendo no Mocambinho. Eles discutiam, mas na frente da gente não. Ela [acusada], sempre dizia que eles brigavam, se agrediam. Eu só via essa agressão porque via a foto dela no celular. A gente conheceu eles agora, conhecia há pouco tempo”, relatou Francisca.

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