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Teresina - Piauí

Polícia indicia líder do Bonde dos 40 e mais sete membros da facção em Teresina

O relatório de indiciamento foi assinado pelo delegado Francírio Queiroz, do DRACO, nessa quinta (09).

A Polícia Civil do Piauí indiciou, nessa quinta-feira (09), oito integrantes do Bonde dos 40, entre eles, um homem identificado como Robert da Silva Sousa, vulgo Tubarão, apontado como um dos líderes da facção em Teresina, acusado de comandar uma célula que atua na zona sul da capital. O indiciamento foi assinado pelo delegado Francírio Queiroz, do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO).

Robert da Silva foi indiciado sob acusação de comandar organização criminosa. Além dele, foram indiciados, por integrar organização criminosa: Carla Bianca Silva Lima, vulgo “Bibi Perigosa”; Francisco Kelson Campasso da Silva, vulgo “Kelson”; Raimundo Nonato da Silva Sousa Filho, vulgo “Popô”; Alexandra Fernandes de Sousa, vulgo “Tanda”; Fabiano Fernandes de Sousa, vulgo “Bibiu”; Jaciara da Silva Rodrigues e Jaqueline da Silva Rodrigues, vulgo “Jake”.

Foto: GP1Robert da Silva, vulgo Tubarão, e Carla Bianca, vulgo Bibi Perigosa
Robert da Silva, vulgo Tubarão, e Carla Bianca, vulgo Bibi Perigosa

Segundo o relatório do inquérito instaurado pela Polícia Civil, a célula comandada por Robert da Silva, o Tubarão, atua na região da Vila da Paz, Vila Jerusalém, Vila Costa Rica, Três Andares e Redenção, tendo como atividade principal o tráfico de drogas e a arregimentação de jovens para manter o controle territorial.

Início das investigações

O DRACO iniciou as investigações no primeiro semestre deste ano, após uma série de homicídios com características de execução envolvendo membros da referida facção. No relatório foram destacados os assassinatos de Everton Gomes de Araújo, vulgo “Romano”, Mateus Chaves dos Santos e Adailson Veloso da Costa Bezerra.

Diante dos fatos, em julho, o DRACO deflagrou a Operação Policial “Terra Santa”, para cumprimento de mandados de busca e apreensão, que resultou na autuação em flagrante dos acusados. Robert da Silva acabou sendo preso preventivamente e se encontra recolhido na Cadeia Pública de Altos.

“Bibi Perigosa”

O DRACO narra no relatório que, com a prisão de Robert da Silva, sua namorada, Carla Bianca, a “Bibi Perigosa”, passou a exercer a liderança na região.

“Com relação a Robert da Silva Sousa, vulgo ‘Tubarão’, restou demonstrado que, mesmo preso, o referido indivíduo continuava exercendo a liderança do Bonde dos 40 naquela região, através de sua companheira Carla Bianca”, consta no relatório do inquérito.

Função de cada indiciado

O relatório do DRACO revela ainda a função de cada um dos indiciados na célula da facção criminosa:

Robert da Silva Sousa, vulgo “Tubarão”: “possui extenso histórico criminal e é apontado como um dos principais líderes do Bonde dos 40, exercendo sua influência principalmente na região das comunidades supramencionadas. Atualmente encontra-se recolhido no sistema prisional. Atua fortemente no tráfico de drogas através de interpostas pessoas, principalmente sua companheira Carla Bianca”;

Carla Bianca Silva Lima, Vulgo “Bibi Perigosa”: “integrante da facção criminosa Bonde dos 40, com extenso histórico criminal. Atua no tráfico de drogas e representa os interesses de seu companheiro Robert. Esta investigada já foi indiciada por integrar OCRIM [Organização Criminosa] e responde a outros processos por tráfico de drogas”;

Francisco Kelson Campasso da Silva, vulgo “Kelson”: “integrante da facção criminosa Bonde dos 40. Atua no tráfico e estava sendo o responsável pela arrecadação da ‘caixinha’, dos demais componentes da célula em questão. Este investigado já foi indiciado por integrar OCRIM, além de tráfico de drogas e corrupção de menor, no mesmo contexto da presente investigação”;

Raimundo Nonato da Silva Sousa Filho, vulgo “Popô”: “integrante da facção criminosa Bonde dos 40. Atua no tráfico de entorpecentes e figura na lista de contribuintes da ‘caixinha’ da ORCRIM. Foi indiciado pelo crime de tráfico de drogas no mesmo contexto da presente investigação”;

Alexandra Fernandes de Sousa, Vulgo “Tanda”: “integrante da facção criminosa Bonde dos 40. Atua no tráfico de entorpecentes e figura na lista de contribuintes da ‘caixinha’ da ORCRIM”;

Fabiano Fernandes de Sousa, vulgo “Bibiu”: “integrante da facção criminosa BONDE DOS 40. Atua no tráfico de entorpecentes junto com os irmãos Popô e Tanda. Foi indiciado pelo crime de tráfico de drogas”;

Jaciara da Silva Rodrigues: “integrante da facção criminosa Bonde dos 40. Atua no tráfico de entorpecentes junto com seu companheiro conhecido como Jhow. Ligada aos investigados Robert (Tubarão) e Carla Bianca. Foi indiciada pelo crime de tráfico de drogas”;

Jaqueline da Silva Rodrigues, vulgo “Jake”: “integrante da facção criminosa Bonde dos 40. Atua no tráfico de entorpecentes junto com os investigados Robert (Tubarão) e Carla Bianca”.

Demarcação de território

Ainda conforme o DRACO, os líderes da célula criminosa “determinam a demarcação de território com pichações alusivas à facção e subjugam seus integrantes e toda a comunidade local às regras impostas”. Tais regras são rigidamente fiscalizadas conforme o “Manual do quadro disciplinar” do Bonde dos 40, divulgado em reportagem do GP1.

“Caixinha” da facção

O GP1 obteve acesso a uma lista com os nomes de 58 faccionados, contribuintes da “caixinha” da facção. Não se sabe o valor do pagamento, que deve ser feito mensalmente.

Foto: GP1Lista de contribuintes da facção
Lista de contribuintes da facção

“Dentre as funções do ‘quadro disciplinar’, destaca-se a de arrecadar contribuição financeira denominada “caixinha”, exigida de todos os integrantes, traficantes ou não, que atuam nas áreas territoriais dominadas pelo Bonde dos 40”, consta no relatório do DRACO.

Indiciamento

Diante dos fatos, o delegado Francírio Queiroz iniciou os acusados pelo crime de integrar organização criminosa, com exceção de Robert da Silva, que foi indiciado por liderar organização criminosa.

“Considerando os elementos informativos que instruem este inquérito policial, restou evidenciada que a ORCRIM em questão exerce forte influência nas referidas comunidades, sobretudo controlando o tráfico de drogas e arregimentando jovens (soldados do crime - companheiros ou irmãos) para executarem tarefas determinadas pelas lideranças, com o objetivo de garantir o controle territorial”, concluiu o delegado do DRACO.

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