Rodrigo Mendes
Os estudantes das escolas estaduais de Itainópolis, no interior do Piauí, estão enfrentando uma grave crise no transporte escolar que tem prejudicado diretamente o acesso à educação. Em carta direcionada ao secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, os alunos do CETI Mariano Borges Leal, CETI Álvaro Rodrigues de Araújo e da U.E. Professora Alayde Rodrigues relatam um cenário de "caos" que tem comprometido a frequência às aulas e o rendimento escolar.
Segundo o relato dos estudantes, a situação se agravou após a transferência da gestão do transporte escolar do Estado para a Prefeitura municipal, que tem como gestor o prefeito Miguel Rodrigues. Antes, quando o serviço era administrado pelo Governo Estadual, os ônibus mantinham pontualidade e regularidade, garantindo que os alunos chegassem no horário correto para as aulas. Agora, os veículos apresentam atrasos constantes, deixando estudantes esperando por horas, com muitos chegando atrasados ou simplesmente não conseguindo chegar à escola.
As consequências dessa desorganização são alarmantes para o processo educacional. Os estudantes relatam perda significativa de conteúdo devido às faltas e atrasos, criando um ambiente de desmotivação e frustração. "Queremos estudar, mas não temos sequer o transporte garantido para ir e voltar da escola com segurança", destacam na carta, evidenciando como a falha no transporte está minando o direito fundamental à educação.
A situação é ainda mais crítica para estudantes da zona rural, que precisam caminhar quilômetros a pé quando o transporte falha, colocando em risco sua segurança e saúde. Muitas famílias se veem obrigadas a buscar alternativas de transporte por conta própria, nem sempre disponíveis ou viáveis economicamente, agravando as desigualdades no acesso à educação.
O apelo dos estudantes à Secretaria de Educação do Piauí reflete uma demanda urgente por soluções que garantam a regularização do transporte escolar. A carta representa não apenas uma denúncia, mas um pedido de socorro de jovens que veem seu futuro educacional ameaçado por falhas administrativas. A resposta das autoridades será crucial para determinar se esses estudantes terão seu direito constitucional à educação respeitado e se poderão continuar construindo seus projetos de vida através dos estudos.
Outro lado
Procurado pelo GP1, o prefeito Miguel Rodrigues questionou a veracidade dos vídeos e afirmou que não teve conhecimento da situação, mas que vai verificar e tomar providências caso necessário. "Vou verificar a procedência. Lembro-me que ano de campanha política adversários divulgaram vídeos semelhantes", afirmou o gestor.
Miguel Rodrigues também confirmou que o transporte escolar dos estudantes da rede estadual está sendo feito pelo município, no entanto, pontuou que ainda não houve repasses estaduais para a realização dos serviços.
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