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"Agespisa é uma empresa viável", declara o ex-diretor administrativo Francisco Juriti

Segundo ele, é preciso que o Governo do Estado ajude a solucionar o problema da dívida.

Em entrevista ao GP1, Francisco Juriti, que já foi diretor administrativo e presidente interino da Agespisa, afirmou que é possível recuperar a empresa que acumula dívidas de R$ 1 bilhão, se houver comprometimento dos gestores e dos funcionários.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Francisco Juriti(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Francisco Juriti
Francisco Juriti explicou como a empresa chegou a essa situação crítica. “Agespisa é uma empresa viável, desde que haja um pacto entre os gestores, sindicato, empregados, governo e sociedade. O retrato da Agespisa hoje é o acúmulo de atos praticados sem avaliar as conseqüências desprezando o modelo de gestão de resultados”, disse Francisco Juriti.

Segundo Juriti, esse foi o início dos problemas que ampliaram consideravelmente. “De lá pra cá, muito foi feito, mas a Agespisa sempre foi usada politicamente. Muitas das vezes, o governo para satisfazer os seus interesses em determinado município, mandava que a Agespisa fizesse uma obra, sem ela ter recurso para isso. Então vários motivos contribuíram para os problemas que a empresa enfrenta, dentre eles, a falta de concurso público. O último concurso foi feito no governo do Mão Santa. De lá pra cá, cresceu a folha dos terceirizados e de outros servidores, inclusive jurídicos, sem a devida necessidade. Como a contratação de escritório de advocacia que recebe mais de R$ 60 mil para acompanhar processos, muito vezes perdendo prazo, e a Agespisa não vai atrás do escritório para ressarcir o dano causado. Teve até advogado, segundo denúncia do sindicato, que recebeu mais de R$ 1 milhão para acompanhar processos extintos e fazer lobby no tribunal”, disse Juriti.

Para Francisco Juriti é preciso que o presidente da Agespisa Antônio Filho trabalhe com os servidores para viabilizar a empresa. “É importante repensarmos a Agespisa, inclusive mudando as práticas da forma de administrar. O atual presidente é uma pessoa bem intencionada e tem procurado as melhores soluções para viabilizar a empresa, só que ele não tem como tornar isso viável porque a Agespisa é administrada por um colegiado de sete diretores. Para agravar mais ainda, tem a desmotivação dos empregados, que sofrem no dia a dia o drama da demissão”, disse.

Servidores

Segundo Juriti, atualmente um dos grandes erros da administração é não aproveitar o potencial dos seus servidores que são técnicos que conhecem o funcionamento da empresa.
“É preciso estabelecer um pacto com os empregados, sindicato, Ministério Público e a sociedade. É importante a participação na decisão da empresa, ocupando pelo menos 50% das diretorias, porque as melhores cabeças do Piauí e do Nordeste, em termo de conhecimento técnico de engenharia e saneamento, estão na Agespisa. Eles não são bem aproveitados, porque cada governo que assume despreza a capacidade desses técnicos, sendo que preferem terceirizar serviços com pessoas que não tem o devido conhecimento do setor. Com a metade dos atuais terceirizados, dava para tocar a empresa, é preciso fazer um enxugamento, com o mínimo de interferência política”, disse Juriti.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Ex-diretor administrativo da Agespisa(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Ex-diretor administrativo da Agespisa

Solução para a empresa

“Agespisa é uma empresa capaz de levar saneamento de qualidade para todo o Piauí. Essa dívida de R$ 1 bilhão se refere ao somatório das dívidas trabalhistas, tributárias, e do INSS, que na sua grande maioria pode ser negociada, principalmente pelo Governo do Estado. Essa cifra é colocada assim, como forma de dizer que é inviável pagá-la. Se Agespisa for negociar, os juros são muito altos. Por exemplo, se a Agespisa for negociar uns R$ 500 milhões, a dívida passa para uns R$ 800 milhões devido a juros e correções. O Governo poderia pegar a dívida, negociando o débito, e, em contrapartida Agespisa pagava para o Governo. Porque o Governo negociando, o parcelamento público é maior. O prazo é maior e os juros menores. É uma forma de enxugar a empresa e dessa maneira a dívida cairia em mais da metade”, explicou Juriti.

Francisco Juriti mostrou outros pontos que podem ajudar a melhorar a Agespisa. “É preciso investir de forma substancial na empresa, sobretudo, na implantação de hidrômetros e fiscalização de consumo. Se formos capazes de explorar o potencial dos funcionários da Agespisa, em pouco mais de um ano, se tornará viável, capaz de em pouco tempo, dar lucro e expandir a sua capacidade de investimento”, disse.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas

A Fundação Getúlio Vargas realizou um estudo sobre a situação da empresa e a viabilidade da subdelegação. O estudo constatou que a empresa está em péssimas condições financeiras e que a subdelegação poderia ser implantada em Teresina.

“A Fundação Getúlio Vargas faz a sua avaliação de acordo com o pedido que você fez. Então se for para analisar que a empresa está deficitária, ela mostrará que ela está. Se tivesse pedido um estudo, de como viabilizar a empresa, ela mostraria os caminhos, pois tem uma equipe competente. Por isso afirmo que a Agespisa é uma empresa a viável e capaz de se recuperar, desde que haja colaboração, compreensão dos gestores da Agespisa, estadual, municipal e federal”, finalizou Francisco Juriti.

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