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Vila Olímpica no Piauí que pode custar R$ 200 milhões está abandonada

O TCU, após auditoria nos convênios firmados entre o Ministério dos Esportes e a Fundespi, incluiu a Vila Olímpica na lista de obras federais irregulares que devem ser paralisadas.

Reportagem do ‘O Globo’ destacou nesta segunda-feira (3) o abandono da construção da Vila Olímpica do Piauí, localizada na cidade de Parnaíba. A construção da Vila Olímpica poderá custar até R$ 200 milhões, segundo informa dados do TCU, mas até agora as obras se quer foram iniciadas, pois não existe nem mesmo um projeto de engenharia pronto.

Com recursos do Governo Federal, o objetivo da construção da Vila Olímpica era dá suporte a Copa do Mundo e às Olimpíadas de 2016. Há mais de 5 anos o projeto está parado e o complexo esportivo ainda recebeu o carimbo de obra irregular do Tribunal de Contas da União (TCU), que tentou parar as obras.

O TCU, após auditoria nos convênios firmados entre o Ministério dos Esportes e a Fundespi, incluiu a Vila Olímpica de Parnaíba na lista de obras federais irregulares que devem ser paralisadas, em razão dos prejuízos aos cofres públicos. A lista é enviada anualmente ao Congresso, onde os deputados e os senadores é que irão decidir se o projeto irá receber recursos do governo federal para serem iniciadas as obras.
Imagem: ReproduçãoVila Olímpica de Parnaíba(Imagem:Reprodução)Vila Olímpica de Parnaíba
Técnicos do TCU também notaram a inexistência dos projetos de viabilidade técnica e econômica que comprovassem a necessidade e a função da Vila Olímpica.

Prazo para as obras

Em outubro de 2013, o Ministério do Esporte pediu mais tempo para o TCU, para apresentar um projeto, afirmando que “A coleta de informações entre os diversos órgãos envolvidos demanda tempo”. O prazo se encerrou em dezembro.

Com o objetivo de salvar o projeto da Vila Olímpica, o Ministério do Esporte pediu mais prazo ao TCU, informando sobre a ausência de projetos básicos. O prazo fo negado pelo órgão.
Em entrevista ao ‘O Globo’, o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser Gonçalves culpou o governo do Piauí, pela não entrega dos documentos. Ele afirma que o governo teria usado como justificativa para não entregar os documentos o “calendário de recesso das festividades de fim de ano”.
Imagem: ReproduçãoSecretário de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser Gonçalves (Imagem:Reprodução)Secretário de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser Gonçalves 
O presidente da Fundespi, Marcos Aurélio Sampaio, afirmou que só foi procurado pelo Ministério do Esporte após o TCU entrar no circuito. “Antes desse imbróglio, não havia sido requisitado o projeto de viabilidade”, disse o secretário.

O objetivo inicial do projeto da Vila Olímpica era que a cidade de Parnaíba poderia funcionar como subsede da Copa, como local para treino de algumas seleções, até mesmo pela sua proximidade com a cidade de Fortaleza, que é uma das cidades sedes. Por isso foi sugerido até mesmo a construção de um estádio. Só que três anos depois da proposta e sem o início das obras, a Fundespi enviou ofício a Brasília para dizer que a Vila Olímpica não poderia servir como base de treinamento de seleções. A ideia de o complexo esportivo ser base para delegações nas Olimpíadas de 2016 também naufragou, devido ao fato das obras não terem sequer sido iniciadas.
Imagem: ReproduçãoMarcos Aurélio(Imagem:Reprodução)Marcos Aurélio

“Nas Olimpíadas, muitos países chegam mais cedo para o evento. Como o cronograma da Vila Olímpica foi alterado, ela não servirá mais para os jogos de 2016. Servirá, na verdade, para a formação de atletas”, afirmou o presidente da Fundespi.

O deputado federal Osmar Júnior (PCdoB) foi quem propôs à bancada do estado à destinação de emenda para o empreendimento. Ele justificou a escolha da cidade para a construção da Vila e do estádio de futebol. “Parnaíba é turística, é a segunda cidade do Piauí e não tem nenhum equipamento esportivo, como um estádio de futebol”, disse o deputado.

Ministério do esporte explica o projeto

O Ministério do Esporte afirma que os projetos necessários para as obras estão em análise na Caixa Econômica Federal e que os projetos já “foram apresentados na quase totalidade” desde o fim de janeiro deste ano.

Segundo o Ministério do Esporte, o objetivo da Vila não era só por causa da Copa e das Olímpiadas, e sim porque é ela é necessária para atender a população da região.

“As instalações representam ampliação de espaços para a prática de esportes a toda a população. A região de Parnaíba tem carência de equipamentos esportivos.”
Imagem: ReproduçãoConstrução da Vila Olímpica(Imagem:Reprodução)Construção da Vila Olímpica
A pasta também confirmou a interrupção dos recursos até a finalização da “parte pendente dos projetos”. A construção do estádio com os 35 mil lugares, segundo a pasta, não conta com financiamento aprovado pelo ministério. “Há contrato apenas para o projeto.”

O Ministério dos Esportes ainda questionou o alto valor de R$ 200 milhões atribuídos ao projeto, número que consta na auditoria do TCU. A CEF informou não ter aberto procedimento para investigar o dinheiro gasto. O total, segundo a CEF, é de menos de R$ 2 milhões.

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