Membros do PSC divergem sobre a situação do partido

Membros da executiva nacional do Partido Social Cristão (PSC) estiveram em Teresina se reunindo com membros do partido no Piauí, para resolver problemas internos que estariam afetando o PSC no Estado.

Os membros da executiva formados por Marcondes Gadelha, vice-presidente nacional do PSC, o deputado federal Gilberto Nascimento, do diretório estadual do PSC em São Paulo, e o ex-senador da Bahia, Eliel Santana, conversaram na noite desta quinta-feira (5) no Metropolitan Hotel com dois grupos distintos da sigla. A conversar seria entorno da insatisfação de alguns membros com o diretório de Teresina.
Um dos grupos era liderado pelo ex-candidato ao senado e secretário geral do PSC, Gustavo Henrique. Esse grupo acredita que o partido está enfrentando uma crise interna e precisa melhorar a sua atuação, principalmente no diretório do PSC de Teresina que é comandado por Francisco Juriti.

O outro grupo era formado pelo presidente estadual do PSC, Mão Santa, Francisco Juriti, Aldagisa Moraes, entre outros aliados que alegam que não há crise interna no partido e que as ações do PSC para as eleições de 2016 tem andado conforme o planejado.

Todos se reuniram com a comissão da executiva nacional e manifestaram as suas opiniões sobre o andamento do partido. O resultado da reunião será levada para a executiva nacional, que depois decidirá se haverá qualquer tipo de mudança nas ações do partido no estado do Piauí.

Membros alegam crise interna

Gustavo Henrique faz parte do grupo que acredita que o partido passa por uma crise interna. Ele afirma que a comissão da executiva nacional veio ao Estado tentar resolver esses problemas.

“O assunto dessa reunião é resolver questões internas do partido, para tentar harmonizar o partido, seja no âmbito estadual, como aqui em Teresina. O vice-presidente nacional já disse para a municipal de Teresina que quem vai discutir coligações é a nacional. Estamos tentando resolver essas questões internas, para que o crescimento do partido não seja afetado. Nós que fazemos parte do PSC e vestimos a camisa, queremos o partido forte e participativo. O atual modelo que nos antecedeu, não pode continuar. Pois encontramos o partido parado, estático”, disse Gustavo Henrique.
O secretário geral do PSC disse ainda que foi a própria executiva nacional que percebeu os problemas enfrentados pelo partido no Piauí. “Eles monitoram e detectaram esses problemas, que poderiam ter sido resolvido maduramente, com tranquilidade. Te confesso isso. Até porque sou parte da questão, mas não fui eu que provoquei. Eles detectaram e houve uma liberação da nacional para que viesse essa comissão para tentar uma solução harmônica”, declarou.

Com a intenção de ser pré-candidato a vereador em Teresina, mesmo sem querer expor nomes, Gustavo deixa claro que possui problemas com o presidente do diretório do PSC de Teresina, Francisco Juriti.

“Não podemos ser tolhidos das nossas opiniões. Ninguém pode ser colocado na parede. Censurado. Algumas pessoas ficaram preocupadas com a minha pré-candidatura a vereador, mas é um incômodo que não entendo. Não é para fortalecer o partido? Se a pessoa se dispõe a concorrer e fazer parte do pleito, isso engrandece o partido. Algumas pessoas querem colocar obstáculo na nossa pré-candidatura a vereador. É sabido por todos que transferi meu domicílio eleitoral para Teresina. Eu não sou hipócrita e não vou ficar dizendo que não sei se quero ser pré-candidato. Nós temos que resolver o problema aqui em Teresina. Queremos mudança aqui em Teresina. Com a saída dele [Juriti] ou não. E que na estadual, o projeto de expansão que está sendo feito do partido, não seja interrompido”, declarou.
Ele ainda fez mais críticas. “O que queremos no PSC é que as pessoas entrem no partido, comprometidas com o conteúdo programático do partido. Nós não podemos aceitar que pessoas se utilizem da legenda para poder aferir do posto por status. É isso que somos contra. Queremos pessoas comprometidas com a sigla. Se perguntar para algum filiado ou suposto membro da executiva de Teresina, eles nem leram sobre o estatuto do partido. Então as pessoas precisam estar comprometidas com o partido”.

Mão Santa e Juriti negam crise

Já em entrevista ao GP1, o ex-senador Mão Santa e presidente estadual do PSC negou qualquer crise no partido e afirmou que a comissão só veio para o Estado conversar com os membros, e que a visita era normal.

“Não tem crise interna nenhuma. O presidente do estado sou eu e o municipal é o Juriti. Não tem problema. Normal isso daí [a visita]. Eles [a comissão] visitam os estados. Não tem [falta de compromisso por parte do PSC]. É um presidente extraordinário o Francisco Juriti. Estamos tranquilos e já tem um grupo de pretensos candidatos a vereadores, então está tudo dentro da normalidade. Está tudo tranquilo. Não somos tão grandiosos, mas somos um partido que está trabalhando para se colocar como opção de dignidade, de verdade e de família”, declarou Mão Santa.
O ex-senador negou a existência de qualquer censura com objetivo de evitar alguma pré-candidatura. “Não [está tendo censura]. O partido vai ter pré-candidatos. Agora eu como presidente estadual, respeitarei as decisões dos diretórios municipais”, afirmou.

Francisco Juriti, presidente do Diretório de Teresina, disse que o partido está bem estruturado e se preparando para 2016.

“A gente tem que ver a luta e história do Mão Santa. O que existe aqui é a nacional vindo reconhecer o Mão Santa. Eles vieram aqui dar apoio e solidariedade ao Mão Santa e ao diretório municipal da capital que está se preparando para eleger maior bancada de vereadores de Teresina, pelas nossas perspectivas elegeremos no mínimo 3 e até 4 vereadores. Eles estão satisfeitos com o PSC no nordeste e na capital Teresina”, disse Juriti.
Sobre as críticas de Gustavo Henrique, Francisco Juriti ironizou a atuação do ex-candidato ao senado Gustavo Henrique.

“Quem é Gustavo? Eu não conheço. Eu te digo o seguinte. Existem pessoas que nascem para fazer o bem e pessoas que nascem para fazer o mal. Pessoas que nascem para mentir, para roubar. Pessoas que não tem compromisso é com a vida. Nós temos compromisso com o povo de Teresina. O que as vezes se cria é factoide. O que existe é um trabalho de união e nós formamos uma só família. O que eu acho é que esse rapaz não faz parte dessa família, que é de pessoas unidas, de pessoas honestas, coerentes e idealistas”, declarou.

Ele negou que o partido faça qualquer tipo de censura. “Não estamos sabendo disso. Pode ser que haja da parte deles alguma fofoca, mas isso é coisa de pessoas medíocres, que não tem o que fazer. Quando você se encontrar com o Gustavo, perguntar onde ele trabalha, o que gosta de fazer e qual profissão dele. Porque a gente só sabe dele fazendo fuxico e nós não vivemos disso, vivemos de trabalho”, disse.