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Tenente Miguel Luz orienta vítimas a não reagirem em caso de assaltos

Em entrevista ao GP1, o tenente da Força Tática do 1° Batalhão da Polícia Militar, Miguel Luz, afirmou que o objeto roubado pode ser recuperado, mas a vida de alguém, jamais.

A revolta da população com relação aos assaltos que ocorrem na Capital é crescente. Essa insatisfação muitas vezes é refletida com reações no momento do assalto. Insatisfeitos com o aumento da criminalidade e com a insegurança, cidadãos comuns enfrentam os criminosos, pondo em risco a própria vida.

Os bandidos estão cada vez mais audaciosos e as vítimas mais "corajosas". Algumas reações têm até “o sucesso esperado” pela vítima, e muitas vezes essa ação acaba servindo de exemplo para outras pessoas, e aí que mora o perigo.

Especialistas na área recomendam que não se deve reagir de forma alguma a um assalto. Mais importante do que qualquer objeto material é o valor da vida de uma pessoa.
Imagem: Lucas Dias/GP1Tenente Miguel Luz(Imagem:Lucas Dias/GP1)Tenente Miguel Luz
Em entrevista ao GP1, o tenente da Força Tática do 1° Batalhão da Polícia Militar, Miguel Luz, afirmou que o objeto roubado pode ser recuperado, mas a vida de alguém, jamais. “O indivíduo que vai praticar o assalto tem na mente apenas subtrair um objeto do cidadão, mas se a vítima reage, ele pode mudar de ideia e cometer o latrocínio, que é o roubo seguido de morte. A orientação da polícia é que o cidadão não reaja,” explicou.

O GP1 separou alguns casos que ficaram famosos em Teresina, de vítimas que reagiram à ação dos criminosos: 

ANO DE 2013 – Mulher persegue e mata criminoso depois de ser assaltada

Uma mulher atropelou e matou um assaltante no dia 16 de setembro de 2013 na Zona Leste de Teresina. O homem foi identificado como Rafael da Costa Barros, 30 anos, e teria assaltado a mulher no bairro Morada do Sol. Inconformada com a ação, a mulher perseguiu com seu veiculo o assaltante, que estava numa motocicleta até a Vila Uruguai. O assaltante teve parte do corpo esmagado.
Imagem: Brunno Suênio/GP1Corpo do assaltante ficou embaixo do carro(Imagem:Brunno Suênio/GP1)Corpo do assaltante ficou embaixo do carro

ANO DE 2014 – Assaltante quase é linchado depois de assaltar idoso

Populares revoltados tentaram linchar um homem suspeito de assaltar um idoso no centro de Teresina no dia 3 de dezembro de 2014. O idoso tinha um facão escondido, e reagiu no momento que dois criminosos o abordaram. Ele perseguiu um dos assaltantes e deferiu um golpe no criminoso. Quando a polícia chegou ao local, mais de 30 pessoas estavam batendo no acusado. Ele chegou a perder alguns dentes.

Imagem: DivulgaçãoCalendário de 2015(Imagem:Divulgação)Calendário de 2015

JANEIRO - Jovem é assassinada com 4 tiros depois de regir a assalto

Uma jovem identificada como Ariane dos Santos Silva, de 25 anos, foi assassinada a tiros ao reagir a um assalto no dia 26 de janeiro. A jovem estava esperando um ônibus em uma parada na avenida principal do bairro Porto alegre, zona sul de Teresina. Dois homens, cada um em uma moto, abordaram a jovem, a vítima tentou correr, momento em que foi alvejada com quatro disparos.
Imagem: Divulgação/FacebookAriane(Imagem:Divulgação/Facebook)Ariane

FEVEREIRO -  Taxista é esfaqueado depois de regir a assalto 

Um taxista identificado como Raimundo Nonato foi esfaqueado no dia 19 de fevereiro, no bairro Saci, zona Sul de Teresina, depois de reagir a um assalto. O bandido fingiu ser um passageiro, e abordou o taxista, que reagiu. Os dois entraram em luta corporal. O taxista foi esfaqueado nas costas, perna e teve o maxilar fraturado.

MARÇO - Jovem reage em assalto e leva um tiro no olho

Um homem identificado como Pedro Tiago da Costa, de 25 anos, levou um tiro no olho, após reagir assalto na zona Sul de Teresina no dia 30 de março. A tentativa de assalto ocorreu na avenida Celso Pinheiro, bairro Cristo Rei. A informação seria de que a motocicleta ficou caída no chão, e com raiva, um dos acusados disparou contra o rosto da vítima.

ABRIL - Vítima reage a assalto e mata suspeito com um tiro

Uma vítima de um assalto realizado na Avenida Nações Unidas, Zona Sul de Teresina, reagiu e matou um dos suspeitos no dia 30 de abril. Dois homens abordaram a vítima e fugiram em uma motocicleta. Em outra moto, a vítima perseguiu e atirou contra os dois. Um deles, identificado penas como Luquinha, morreu no local.

MAIO - Policial é baleado após reagir a assalto

No dia 4 de maio de 2015, um policial militar, identificado como sargento Teixeira, foi baleado ao reagir uma tentativa de assalto praticada por dois bandidos que estavam em uma motocicleta. A ação ocorreu no Bairro Pio XII, próximo à Avenida Miguel Rosa, na Rua 13 de Maio, Centro/Sul de Teresina-PI.
Imagem: SaraivareporterPolicial foi baleado (Imagem:Saraivareporter)Policial foi baleado 
O mais recente caso que teve grande repercussão neste mês, foi o da jovem que reagiu a um assalto usando um spray de pimenta no dia 13 de maio. O sistema de monitoramento interno de uma autoescola da zona sul da capital, mostrou a ação de um criminoso identificado pela polícia como Julimar Araújo Nascimento.

Ele anunciou o assalto e foi surpreendido pela reação de uma jovem, que se negou a entregar o celular. Quando a garota foi abordada pelo suspeito, ao invés de tirar o celular da bolsa, ela tirou um spray de pimenta. Como o criminoso estava de capacete, a reação da mulher acabou não tendo efeito. O criminoso agrediu a vítima e tentou atirar contra ela três vezes, mas a arma falhou em todas as tentativas. O assaltante foi preso.

Imagem: DivulgaçãoAssaltante atirou 3 vezes(Imagem:Divulgação)Assaltante atirou 3 vezes
Casos como esses estão cada vez mais comuns em Teresina e como é possível perceber, na maioria das vezes o assaltante, que geralmente está muito bem armado, acaba revidando sem nenhuma compaixão. Ele atira na maioria das vezes para matar. "Muitas vezes o criminoso está sob efeito de drogas e depois da reação da vítima, ele atira sem piedade," advertiu sargento Luz. 

O tenente também explica que há uma diferença entre o assalto de um cidadão comum e de um policial, por isso este muitas vezes reage. "Quando o criminoso identifica que a vítima é um policial, ele quer imediatamente eliminá-lo, por isso que nós policiais acabamos reagindo, porque é uma questão de sobrevivência. Agora o cidadão comum não, ele não deve de maneira alguma reagir", finalizou.

No momento de um assalto, o melhor é manter a calma e agir conforme o criminoso ordenar. Essa é a forma mais sensata de preservar o seu maior bem, a sua vida. 

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