A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Piauí abriu, dia 15 de abril, investigação contra uma associação criminosa composta por 21 pessoas suspeitas de aplicar golpes por meio de um perfil falso no Instagram. O inquérito foi aberto após o registro de 23 boletins de ocorrência entre dezembro de 2023 e março de 2025, nos quais as vítimas relataram terem sido enganadas ao realizarem reservas fictícias em uma suposta pousada chamada “Manatí”, anunciada no perfil @pousadamanatibr.
De acordo com o inquérito policial, 20 pessoas são investigadas. A investigação da Polícia Civil apontou que o perfil, que usava o nome do Hotel Manatí Brasil, localizado em Cajueiro da Praia, no Litoral do Piauí, oferecia promoções com preços abaixo do mercado. As reservas eram negociadas por meio do WhatsApp, vinculado ao número (86) 98840-7988, e os pagamentos eram solicitados via PIX para contas de pessoas físicas.
A polícia identificou que os valores pagos pelas vítimas eram direcionados a diversas contas bancárias, como forma de dificultar o rastreamento dos envolvidos. Entre os beneficiários diretos das transferências estão N. F. dos S. de M., que recebeu R$ 1.327,50; E. A. S., que recebeu R$ 1.431,00 de duas vítimas; C. L. B., que recebeu R$ 2.667,60; C. S. S., R$ 1.529,00; J. F. de A. da S., R$ 884,99; e E. M. M., que recebeu R$ 1.080,00. Esses valores eram posteriormente repassados a outros membros do grupo.
As vítimas eram atraídas por perfis com milhares de seguidores, geralmente entre 70 mil e 84 mil, e recebiam e-mails falsos confirmando as reservas, com remetentes como "manatihotel@gmail.com". Em diversos casos, os criminosos chegaram a solicitar transferências adicionais após o pagamento inicial, alegando supostos problemas técnicos ou necessidade de autenticação. Algumas vítimas chegaram a perder mais de R$ 4 mil em múltiplas transações. Uma das vítimas relatou ter transferido R$ 9.119,00 após colar um código falso no aplicativo do banco, acreditando que estava apenas confirmando a reserva.
Além da identificação dos envolvidos e do rastreamento das transações, a Polícia constatou vínculos entre os investigados por meio de endereços comuns, uso de aparelhos celulares compartilhados e histórico de boletins de ocorrência por estelionato em outros estados.
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