Situação vota contra e Câmara rejeita licença de vereador ligado ao deputado Kléber Eulálio

Com o voto contrário dos vereadores situacionistas Iata Anderson Rodrigues de Alencar Coelho (PSB), José Rinaldo Cabral Pereira Filho (Rinaldinho), do PMDB; Manoel Vieira de Barros Lima (PMDB), José Luís de Carvalho (PV) e Maria de Fátima Lacerda de Sá Barros (PSDB), a Câmara Municipal de Picos rejeitou na sessão desta sexta-feira, 26 de fevereiro, o pedido de licença por 130 dias do vereador Hugo Victor Saunders Martins.

Com um atestado assinado pelo médico Barros Araújo Júnior, o vereador Hugo Victor ingressou com requerimento solicitando licença de suas atividades por 130 dias para tratamento de saúde. Em caso de aprovação, assumiria o mandato o primeiro suplente do PMDB, Filomeno Portela Richard, que é ligado politicamente ao deputado Kleber Eulálio, que está rompido com o prefeito Gil Marques de Medeiros, o Gil Paraibano, desde o dia 25 de outubro do ano passado.

Segundo o vereador Hugo Victor, a orientação para os vereadores votarem contra o requerimento partiu do Palácio Coelho Rodrigues e seria uma represália do prefeito Gil Paraibano e da articuladora política Tazmânia Gomes de Medeiros Oliveira, a Belê, contra o posicionamento político adotado por ele e pelo suplente de vereador Filomeno Portela, que já fizeram parte da base de apoio à administração municipal e hoje estão na oposição.

“Encaro com tristeza e decepção o posicionamento dos vereadores da situação, pois estamos vendo a interferência direta do poder Executivo no Legislativo. Mas podem ter certeza de que os meus direitos não serão usurpados, pois ingressarei na próxima segunda-feira pela manhã com um mandado de segurança, a fim de que possa me afastar do mandato e tratar da minha saúde”, anunciou.
O vereador disse que não entende o porquê dos vereadores da situação votarem contra o requerimento, tendo em vista que tudo foi feito dentro da legalidade e cumprindo o que prevê o Regimento Interno da Casa. Ele denunciou que houve várias manobras para que seu pedido de licença não fosse aprovado, impedindo, consequentemente, a posse do suplente Filomeno Portela.

“Primeiro alegaram que o meu afastamento iria onerar a Casa e quem tinha que fazer esse pagamento era o INSS, pois somos contribuintes. Como declarei que aceitaria passar por uma perícia do órgão, mudaram de tática e argumentaram que a Câmara iria pagar dois salários. Foi nesse momento que eu disse em público que renunciaria ao meu salário de vereador durante quatro meses, mandei registrar em ata e, mesmo assim, votaram contra. Então, isso é pura política comandada pelo prefeito Gil e pela articuladora do Palácio Coelho Rodrigues Belê”, denunciou.
Para o vereador Hugo Victor, o prefeito Gil Paraibano está preocupado com as denúncias que vêm sendo feitas pela oposição e que o Tribunal de Contas do Estado já enviou relatório pedindo explicações da secretaria municipal da Educação e o próprio Ministério Público também está interessado em apurar tudo com rigor e independência.

O parlamentar ressaltou ainda que o prefeito Gil Paraibano e a articuladora política Belê estão tratando o caso de sua licença para tratamento médico de maneira pessoal, mas isentou os colegas de estarem agindo da mesma forma. “O vereador Iata e os demais que votaram contra o requerimento apenas cumpriram ordens, mas a atitude deles me deixou bastante decepcionado e creio que a imagem dos cinco ficou arranhada perante a opinião pública”, pontuou.