Fechar
GP1

Política

Lula fez tráfico de influência favorecendo Odebrecht, diz MPF

O Ministério Público Federal afirmou que o ex-presidente Lula vendeu sua "influência política" à Odebrecht por R$ 7 milhões.

Procuradores do Núcleo de Combate à Corrupção em Brasília investigaram a suspeita de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizasse de sua influência internacional em favor da Odebrecht. Peritos e procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato recolheram documentos das empresas de Lula, da Odebrecht e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que liberava o dinheiro indiretamente à empreiteira.

Os investigadores analisaram telegramas sobre a atuação de Lula e dos executivos da empreiteira no exterior, descobriram notas fiscais e mapearam as viagens e encontros dos investigados. Apesar da complexidade do caso, os procuradores concluíram que o ex-presidente Lula cometeu o crime de tráfico de influência.

Segundo a ÉPOCA, os documentos incluem perícias da equipe do Ministério Público Federal, auditorias inéditas do Tribunal de Contas da União, relatórios da Polícia Federal e despachos que declaram as evidências do caso.

De acordo com os investigadores afirmam que havia um “modus operandi criminoso” na atuação do ex-presidente, dos executivos da empreiteira e dos diretores do BNDES para liberar o dinheiro do banco à Odebrecht.

Foi descoberto ainda que Lula vendeu sua “influência política” à Odebrecht por R$ 7 milhões, praticando o crime de tráfico de influência em favor da empreiteira. O contrato de palestras entre uma empresa do ex-presidente e a Odebrecht serviu apenas para “dar aparência de legalidade” ao tráfico.

Ainda segundo a ÉPOCA, os investigadores perceberam que o BNDES aprovava com velocidade incomum (até 49% acima da média) os financiamentos que envolviam gestões de Lula e interessavam à Odebrecht.

Durante a investigação foi descoberto que o ex-presidente viajava em jatinhos da Odebrecht para se encontrar com outros amigos presidentes como contratado pela empreiteira para “dar palestras”.

Em seguida, foi descoberto que após essas reuniões no exterior, Lula prometia convencer até a presidente Dilma a “ajudar” nos contratos. Isso aconteceu em países como Venezuela, Cuba e República Dominicana.

Descobriu-se um “padrão”: após as supostas palestras de Lula, o BNDES liberava parcela do financiamento ao país visitado. Os empréstimos sempre eram à Odebrecht. Os procuradores qualificaram esse padrão de “modus operandi criminoso”.

“Tais informações (...) revelaram que semelhante modus operandi para obtenção dos financiamentos públicos – tais como pagamento de despesas de viagens internacionais, contratação de serviços de palestras no valor de mais de R$ 7 milhões, reunião com autoridades públicas de países estrangeiros acompanhadas de diretores da construtora e concessão dos financiamentos arriscados e com violação a normas internas do Senado Federal e do BNDES – foi praticado em relação a obras de interesse da Odebrecht em outros países da América Latina (tais como Venezuela, Panamá, Equador etc.) e da África (Angola, Moçambique etc.)”, diz o MPF no documento.

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.