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Política

Flora Izabel critica ausência de ministras no Governo Temer

A petista acredita que a falta de mulheres nos cargos de primeiro escalão seja um retrocesso na política.

O presidente em exercício Michel Temer empossou na tarde desta quinta-feira (12), os novos ministros de seu Governo. Na relação, nenhuma mulher foi indicada a cargos de primeiro escalão. A deputada estadual Flora Izabel (PT), em entrevista ao GP1, disse que a falta de mulheres nos Ministérios mostra um grande retrocesso no atual Governo.

“Eu acho um retrocesso todo esse processo contra a democracia. Agora substancialmente o que nós dizíamos começa a se concretizar. Esse é um fato lastimável. Ele ter colocado alguns desses ministros, e nenhuma mulher colocada. Você sabe a importância de nós mulheres nas várias áreas da administração; direta, indireta, nas políticas de comando do Executivo. Todos nós vimos o avanço, a Secretaria de Políticas para as Mulheres foi um grande avanço para nossas lutas por mais direitos”, afirmou a petista.

Temer será o primeiro presidente desde Ernesto Geisel (1974-1979) a não ter mulheres à frente de Ministérios. No Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), foram 11 ministras. No Governo de Dilma Rousseff foram 15 mulheres.

Imagem: Lucas Dias/GP1Deputada Flora Izabel (Imagem:Lucas Dias/GP1)Deputada Flora Izabel

Flora Izabel falou sobre a importância das mulheres na política e criticou a forma que o presidente Michel Temer formou seu Governo. A deputada disse que o peemedebista, que era visto como “salvação”, já mostrou a cara de sua gestão ao indicar seus ministros.

“Você pode ver uma pauta concreta que nós apresentamos e que eu mesma participei do lançamento dela lá no Senado pelo Teori Zavascki, do lançamento da campanha da importância das mulheres na política, que foi para a televisão. Nós temos debatido isso há muito tempo. Nós mulheres no Executivo. A primeira mulher presidenta da República ter saído da forma que saiu, isso já afronta todas nós mulheres. E imagina um governo agora que está sendo formado com esse presidente que já começou a governar dessa forma. Vamos esperar”, disse Flora.

“Eu espero que isso mude, mas já estamos vendo há vários dias pela imprensa a composição [do Governo Temer]. Realmente não tem mulheres lançadas para algum ministério. Estou aqui dando o exemplo da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, que tem status de ministério e é um órgão que tem coordenado mulheres no Brasil todo. Esse órgão incentiva que as mulheres entrem na política”, continuou a petista.

Temer como “salvação”

A deputada petista disse que é possível observar a mudança de discurso, tanto das pessoas, como da imprensa, que antes tratavam Michel Temer como resolução para a crise econômica e política e que agora veem que 2016 não será um ano de mudanças.

“O discurso da Rede Globo já está completamente diferente do que ela vinha fazendo. Hoje ela diz pra ter cautela, que 2016 não vai ter essas mudanças, é um ano perdido. Na economia também, aquela campanha que se fazia de que se o Temer assumisse iria resolver os problemas da crise política no país, crise econômica... Ele já está indicando pessoas envolvidas nesses processos de investigação. Só a formação do ministério já mostra a cara do próprio governo que nós já temos alertado há muito tempo. O processo de golpe, o processo de impeachment já foi afrontando a democracia”, afirmou.

Governo Temer

Flora Izabel apontou Michel Temer como um dos articuladores do golpe contra a presidente Dilma Rousseff e disse que desde que vazou a carta do então vice-presidente para Dilma, com os descontentamentos de um “vice-decorativo”, o peemedebista já articulava o processo que culminaria no impedimento da presidente.

“Acho um grande retrocesso para o país um presidente que tem mais de 90% da população do Brasil que não aceita ele como presidente da República. Essa é uma realidade. Esta é uma realidade que está colocada no Brasil e que estamos presenciando. Todos nós sabemos que ele articulou e que foi um dos grandes articuladores do golpe contra a presidente da República. Isso já vem sendo sinalizado no Brasil há um bom tempo. Da época daquela cartinha que ele fez. Ali foram externadas as divergências e depois ele disse que não era aquilo que ele queria dizer. Ele já nomeava ministérios, já falava como presidente antes mesmo de ter o processo no Senado”, concluiu.

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