Após dez meses de processo, a Câmara de Deputados cassou o mandato do ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha, por 450 votos a 10. Mesmo antes do início desse processo e do afastamento dele da presidência da Câmara, o deputado federal Silas Freire (PR), que o chama de "Cunhão'', já defendia sua saída e usou a tribuna diversas vezes para contestar a legitimidade de Cunha.
"Não sei o que dizer para o povo da minha terra e para os meus filhos com um homem como Eduardo Cunha presidindo a Câmara. Eu queria fazer um apelo a ele mesmo, que se afastasse para os trabalhos acontecerem com lisura. A presidência não pode ficar sob o comando de um homem com tantas acusações", declarou Silas à época em que Cunha ainda era presidente da Câmara e fazendo um apelo para que ele se retirasse.
- Foto: Lucas Dias/GP1
Silas Freire
Em entrevistas, o deputado Silas Freire explicava os motivos de sua insatisfação e, após o Supremo Tribunal Federal - STF suspender o mandato de Cunha por tempo indeterminado e após Cunha renunciar à presidência, Silas chegou a chamá-lo de aberração : "Ele já deveria ter renunciado há muito tempo, essa decisão foi tardia. Não há uma delação em que o nome do Cunhão não apareça. O Eduardo é uma aberração. O povo quer que ele perca o mandato e os direitos políticos, quer vê-lo na cadeia", disse na época.
Sempre se declarando contra a corrupção generalizada denunciada nos meios de comunicação, Silas Freire continuou usando todas as oportunidades que teve para cobrar a saída de Cunha.
"Esse processo vinha se arrastando e essa decisão já deveria ter sido tomada há muito tempo. Era notório que ele mentiu na CPI alegando que não tinha relação financeira no exterior e também com todas as acusações que foi submetido pelo Ministério Público. Já tínhamos feito apelos veementes para seu afastamento há meses atrás. Eram denúncias praticamente incontestáveis de recebimento de propina e avalanches de notícias negativas sobre suas atividades", destacou o deputado Silas.
Silas ainda comentou sobre a postura do ex deputado Cunha e sobre o futuro. "Agora não é momento de tripudiar, o que precisávamos era que a Câmara cumprisse seu papel. Eduardo Cunha demonstrou toda sua frieza ontem no Plenário, disse saber de muita coisa e, de fato, deve ter participado de muita coisa, e que vai escrever um livro. Agora é esperar pra ver e que a Justiça tome de conta", finalizou Silas.
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