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Política

Ciro pede 'trégua de Natal' por impeachment de Bolsonaro após ataques

Presidenciável disse ainda que não tem 'nada a ver' com a chamada terceira via.

Menos de 24h após receber vaias, xingamentos e sofrer uma tentativa de agressão ao deixar o ato na Avenida Paulista, no sábado, 2, o pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto em 2022, Ciro Gomes, propôs uma "trégua de Natal” entre a oposição em nome do impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Em coletiva virtual de imprensa neste domingo, 3, o ex-ministro classificou o episódio como "bobagenzinha"e disse "não ter nada a ver" com a chamada "terceira via".

"Estamos propondo uma amplíssima trégua de Natal", afirmou, "quando for o assunto Bolsonaro e impeachment, a gente deve esquecer tudo e convergir para esse raríssimo consenso, que já não é fácil", completou. Ele ainda sugeriu que sejam feitas "viagens pelo País" para "diversificar a base regional" e pediu a sensibilização da classe artística para os próximos atos.

Questionado se acreditava que o PT vai aderir à proposta de trégua, Ciro disse que não tem como esperar que "eles aceitem ou se comportem como nós gostaríamos". "No dia a dia, vamos continuar estabelecendo as nossas diferenças."

Ele ainda agradeceu à manifestação de solidariedade publicada nas redes sociais pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR).

Durante discurso ontem, em São Paulo, em que pedia "unidade" entre as forças políticas para destituir Bolsonaro, Ciro foi vaiado por manifestantes petistas e ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em vários momentos, eles puxaram gritos em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fizeram a letra L com as mãos. Ciro relatou que ao deixar o caminhão de som, um manifestante tentou agredi-lo.

Na fala, Ciro reiterou o pedido de união que fez em seus discursos em São Paulo e no Rio de Janeiro. "Quem tem responsabilidade e compromisso em, de fato, punir Bolsonaro e fazer o impeachment, para nos proteger da consumação de uma tentativa que pode ser sangrenta de golpe de Estado, é a mobilização de todos e todas que puderem e tiverem disposição para fazer."

Segundo ele, foi "esse espírito" que o levou a aceitar o convite do Movimento Brasil Livre (MBL) e aderir aos atos convocados pelo grupo em 12 de setembro, mesmo sem ter esquecido as "diferenças insuperáveis" que tem com o grupo que convocou atos pró-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). "Também as minhas diferenças com o PT são cada vez mais profundas e insuperáveis", acrescentou.

Quase no fim da coletiva, Ciro ainda tentou se descolar da imagem de outros nomes que têm aderido aos atos e são apontados como candidatos da chamada terceira via. "Eu não tenho nada a ver com essa terceira via que se vê nos jornais", disse.

Presente também nos atos de ontem e na coletiva deste domingo, 3, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, chamou de "estranhos" os ataques sofridos por Ciro na Paulista. Pedindo "tranquilidade", ele sugeriu que para as próximas manifestações haja "controle de grupos extremistas".

Na tarde deste domingo, presidentes de seis centrais sindicais divulgaram nota em que afirmam ser "repulsivo" o ataque sofrido por Ciro e militantes do PDT. No texto, eles afirmam que "a intolerância, a postura autoritária e, pior, a violência física" são um "grave problema" que tem se repetido nas manifestações em São Paulo. Assinam a carta os representantes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores; Central dos Sindicatos Brasileiros; Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Nova Central Sindical de Trabalhadores; e Pública Central do Servidor.

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