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"Wellington Dias quer o João Vicente como uma muleta", diz presidente do PSC Francisco Juriti

Em entrevista ao GP1 o empresário e presidente do diretório municipal do PSC de Teresina falou sobre temas variados.

O GP1 entrevistou o empresário e presidente do diretório municipal do PSC de Teresina, Francisco Juriti sobre temas variados que vão desde o Governo Mão Santa até a administração do PT, comandada pelo senador Wellington Dias, à época governador do Piauí.

Juriti disse que o PT foi ingrato com Mão Santa – na época filiado ao PMDB – pelo fato de o ex-senador ter contribuído com a eleição de Wellington Dias ao Governo. Ao comentar o cenário da politica atual, Francisco Juriti disse que o Piauí precisa de uma nova alternativa já que as pré-candidaturas postas são continuidade do que vem sendo feito ao longo dos últimos anos.

Sobre os aliados atuais do PT, Juriti disse que o senador João Vicente Claudino (PTB) é usado como “muletas” pelo senador Wellington Dias e que a presença de Ciro Nogueira na chapa de oposição não passa de jogo de interesses. A respeito das queixas dos correligionários do PT, que dizem ter sido isolados pelo Governo, o presidente cristão rebateu e lembrou que a “ganância” dos petistas foi o que os levou para o isolamento. Juriti disse ainda que Wellington Dias era tratado com descaso pelo ex-presidente Lula. Confira entrevista abaixo.
Imagem: Germana Chaves / GP1Francisco Juriti, do PSC(Imagem:Germana Chaves / GP1)Francisco Juriti, do PSC

GP1: Como o senhor avalia a eleição de Mão Santa e Wellington Dias, já que foram dois momentos de grandes mudanças políticas no Estado?

Francisco Juriti:
Foram momentos históricos, mas no caso do Mão Santa a gente combatia as oligarquias, dizendo não e combatendo os desmandos dos pefelistas. Nós combatemos e derrotamos os “bacuraus” e agora é a vez dos “aloprados” do PT. Mão Santa quando lutou junto com as lideranças, estava combatendo todo um grupo nocivo a história do Piauí, que era visto como um curral eleitoral. Esse combate teve início com Alberto Silva e Mão Santa consolidou a ruptura com uma ação mais popular. Muita gente nem acreditava na eleição dele, porque ele vinha de Parnaíba e não era conhecido no Estado todo. Mas, o povo deu a resposta e mostrou que ele tem conhecimento de causa. O povo é sábio e escolheu alguém que pudesse mudar todo contexto. No caso do Wellington Dias, foi diferente, porque não foi a quebra do ciclo oligárquico. Ele saiu candidato, num momento em que Mão Santa era vítima de um processo de cassação. Uma cassação injusta. Wellington foi tido como uma das pessoas capazes de enterrar essa oligarquia de vez, mas não fez. O povo reconheceu essa injustiça, foi o primeiro processo de cassação sem ter uma legitima defesa e que houve exageros. Resultado: o povo angustiado com o que havia ocorrido, resolveu seguir Mão Santa e apoiar Wellington Dias, que foi o maior ingrato da política do Piauí. Agora, ele quer posar de vítima. Quem mais praticou ingratidão no Piauí foi o Wellington Dias, porque ele foi eleito num processo graças a vitimização do Mão Santa. Na verdade, a população viu a disputa entre o petista e o algoz de Mão Santa, que era o Hugo Napoleão. Depois de chegar ao governo com ajuda do Mão Santa, ao invés de o procurar pra conversar, Wellington revolveu fatiar o governo somente entre as pessoas que ele tinha interesse. Ele governou de acordo com os interesses pessoais e não políticos em prol da população.

GP1: O Governo de Mão Santa vem sendo comparado ao de Wellington Dias, como você avalia essa comparação?

Francisco Juriti:
Mão Santa foi o primeiro governador que deu espaço para os partidos emergentes. Segundo, o Mão Santa administrou com o PMDB, partido que ele fazia parte e que todos os líderes foram prestigiados. Estou estranhando essa pergunta, porque na verdade há uma diferença muito grande. Mão Santa era um político popular e Wellington Dias era mais populismo. Wellington se deixou levar pelo poder, por isso, eles são diferentes. O Governo do PT era um feudo, onde cada um ficou com o seu. A Uespi ficou sucateada, o Verdão, o Centro de Convenções também ficou sucateado. Tem as estradas “sonrisal” que não aguentaram um inverno. Por isso, ele foi punido, as estradas se acabaram e os envolvidos não entregaram o dinheiro. Inclusive, cabe ao Ministério Público apurar e punir os responsáveis.

GP1: O senhor acredita que se Mão Santa tivesse aceitado indicar o vice do PT, o cenário hoje seria diferente já que ele teria mais chances de ser reeleito ao Senado Federal?

Francisco Juriti:
O Mão Santa tinha mais interesses num projeto político de Estado. O problema é que Mão Santa não estava pensando somente em se manter no Senado ou no Governo. Ele pensava no Piauí, em tirá-lo da situação em que se encontrava. Ele tinha deixado um Governo com uma Universidade referência para o Brasil. Ao invés do Mão Santa ser prestigiado, foi alijado. Mão Santa chegou ao ponto de dizer que não queria nada, mas que Wellington Dias pelo menos atendesse aos tombados, que eram os candidatos ligados ao Mão Santa e que foram pra luta ajudar na eleição do PT. Wellington massacrou, negou a colaboração do Mão Santa. O governo petista foi a página negra da política porque tinha a gangue dos aloprados do PT. Eram pessoas humildes, mas que de repente, sem ganhar na loteria, e sem herdar nada, ficaram milionárias. Por todo esse descaso, o Mão Santa não iria aceitar colocar a Adalgisa como vice de uma pessoa que destruiu tudo o que ele fez. Mão Santa reconstruiu a Praça Pedro II, o Clube dos Diários, o Verdão, a Potycabana, conservou o Centro de Convenções, e outras inúmeras obras que Wellington destruiu. Isso não é agressividade é a história do Piauí.

GP1: Wellington Dias chegou a convidar Mão Santa para integrar o Governo ou o PT deixou o ex-governador de lado?

Francisco Juriti:
Na primeira eleição de Wellington, no primeiro turno, os petistas reconheceram que Mão Santa foi peça fundamental, mas eu diria que Mão Santa em nenhum momento brigou por cargos pra ele. O que Mão Santa pediu foi que o PT atendesse o pleito dos tombados – candidatos a deputados federais, estaduais, lideranças do interior que eram do PMDB pessoas que participaram da luta acreditando no que Mão Santa havia pedido que votassem em Wellington, mas o petista não considerou isso. Wellington Dias não chegou, se quer, convidar Mão Santa para discutir a participação no Governo. Mão Santa disse, ‘eu não quero nada pra mim, o que eu quero é que Wellington Dias apoie os tombados do PMDB’.
Imagem: Germana Chaves / GP1Francisco Juriti, do PSC(Imagem:Germana Chaves / GP1)Francisco Juriti, do PSC

GP1: O senhor acredita que Wellington Dias foi ingrato com Mão Santa?

Francisco Juriti: Wellington foi ingrato e egoísta. Ele chegou ao ponto de demitir uma das pessoas mais amigas do Mão Santa, que sou eu. Ele não indicou e ainda perseguiu. O que você pode entender de pior perseguição foi no meu caso. Na Agespisa, os aloprados do PT pagaram nota fiscal de um produto que já havia sido pago duas vezes. Eles pagaram a fotocopia de uma nota fiscal e ao invés de punir e chamar a polícia para o presidente, vice-presidente da época, o diretor ficou calado. Essa nota foi paga pela primeira vez na época da administração do Mão Santa. Teria sido paga pela segunda vez, na administração do Hugo Napoleão e a última foi na época de Wellington. Eu era diretor administrativo da Agespisa e nem era ordenador de despesas. Ao invés de punir as pessoas, eles foram demitir pessoas que não tinham nada haver com a história. Tanto que todos ganharam na justiça e essas pessoas foram indenizadas. É um gesto de ingratidão dos piores, pois além de negar participação do Mão Santa no Governo ainda demitiu uma das pessoas mais próximas do Mão Santa que era eu.

GP1: Como você avalia a relação do senador João Vicente Claudino com Wellington Dias?

Francisco Juriti:
Vejo com tristeza, pois uma pessoa que já mostrou que é ingrata, com governo da mentira, corrupção e da incompetência. Ele prometeu para o João Vicente que ele seria o candidato a governador e depois negou e disse até que tinha ‘falado com Deus’ e ele teve que voltar atrás. É ganância, é interesse pessoal acima dos interesses coletivos. Esses atributos que a gente não vê por trás daquele sorriso. Na TV a gente vê um Wellington encantador, humilde, como se fosse um anjo do bem. Mas, se você analisar onde é que estava a sensibilidade dele quando a barragem de Algodões estourou e as pessoas ficaram desamparadas, sem assistência, sem nada, não teve sensibilidade de reparar o erro que ele cometeu, tanto que esta sendo processado. Onde o Wellington estava quando foi denunciado pelo presidente da Associação dos Hemofílicos, num episodio em que mais de 11 pessoas morreram por falta de medicamento? Onde é que ele estava que não foi direto ao secretário de Saúde da época, o Assis Carvalho para saber a veracidade dos fatos apurar e tentar corrigir tudo isso? Então ele é insensível a essas situações. Uma pessoa ingrata, insensível, que não cumpre acordo, como é o caso do João Vicente que já foi enganado por ele. Wellington Dias quer o João Vicente como uma muleta. Se houver dificuldade de andar ele vai usar o João Vicente como muleta, para servir de apoio pra ele, por ser filho do homem mais rico do Piauí. Se ele achar que João Vicente não é mais útil pra ele vai fazer a mesma coisa que fez na eleição passada, ele vai trair o João Vicente de novo.

GP1: O senhor acredita que o senador Ciro Nogueira vai ser fiel a Wellington Dias?

Francisco Juriti:
No caso do Ciro Nogueira é muito mais jogo de interesses. No caso João Vicente é uma pessoa séria e poucos políticos do Piauí tem a história dele. Agora, é obrigado a se unir mesmo sabendo o risco que corre. No caso do Ciro Nogueira, ele já mostrou como é quando esteve na Agespisa, pelos os processos que responde. Se alguém quiser resposta necessária é só avaliar a frustração das pessoas que dirigiram a Agespisa indicadas por ele. Eles fizeram uma péssima administração. Os interesses da empresa ficaram em segundo plano, porque o primeiro era resolver os interesses deles.
Imagem: Germana Chaves / GP1Francisco Juriti, do PSC(Imagem:Germana Chaves / GP1)Francisco Juriti, do PSC

GP1: Você acredita que João Vicente pode desistir da candidatura de reeleição ao Senado?

Francisco Juriti: Não acredito que o João Vicente desista porque ele tem voo próprio. Ele apenas está aliado ao PT porque ele é uma pessoa que tem posses. Do lado dele só tem milionários. O Wellington Dias morava em casa de conjunto, mas agora mora numa mansão, num dos condomínios de luxo de Teresina. A política não foi feita para pessoa enricar, foi feita para atender aos interesses coletivos.

GP1: O PT foi isolado pelo Governo Wilson Martins?

Francisco Juriti:
O PT não tem interesse algum de saber do bem estar, se a faculdade vai expandir, se o salário vai melhorar, ele está preocupado é com cofre do Estado. O PT quer voltar para reeditar os desmandos que cometeram quando administravam o Governo. Eles não foram isolados. Na ambição de ser candidato, Wellington Dias se apressou em impor a candidatura sem nem conversar com os demais partidos. Hoje eles condenam e só veem o defeito dos partidos. O PT está demonstrando que só existe bandido do outro lado. Do lado deles todos são santos. Eu não sei até quanto tempo eles vão enganar a população. Eles estão isolados porque construíram tudo isso. Todos veem o Wellington Dias visitar o Genoíno na [Penitenciária da] Papuda, dando dinheiro para pagar as dívidas dos mensaleiros. Ele tem que esclarecer até sobre o fogo na Sesapi. Ele não foi isolado, ele se isolou.

GP1: O fato de o PT não ter aceitado indicar o vice do PMDB pode prejudicar os demais aliados do partido como os pré-candidatos a deputados estadual e federal?


Francisco Juriti:
Claro que sim, pois ele está impondo não só a candidatura dele como impondo a candidatura da própria esposa. Tanto que o PT condenou a oligarquia, a família no poder, combateu vários tipos de coisas dos outros governos e fizeram o mesmo. Ele está preocupado em saber se a pré-candidatura da mulher dele vai prejudicar os aliados? Ele não está! A saída seria uma candidatura alternativa que poderia sair do G12. Temos nomes como do Luiz Coelho, Mão Santa, Mainha. Se o G12 tivesse juízo lançaria uma chapa majoritária. Na época do Mão Santa, foram destinados mais recursos do que agora que estão lá aliados ao Governo os deputados federais e os três senadores. São capazes de dizer que estão no Governo, mas são incapazes de gerar emprego, trazer indústrias, recursos para o Piauí. Os parlamentares trouxeram migalhas.

GP1: Wellington Dias foi prestigiado pelo Governo Federal?

Francisco Juriti:
O ex-presidente debochava do Wellington. Na época do Governo Lula, houve uma reunião com ministros e isso foi publicado no Jornal o Globo. O Lula disse ‘façam propaganda das obras do Governo Federal para não fazer igual ao do Piauí, pois o Wellington Dias trouxe pra cá uma fita mostrando as obras que eram do Governo Federal. Eu perguntei: Wellington essas obras são do Governo Federal? Daí ele respondeu: ‘Desculpe presidente eu troquei a fita’. O Piauí era tido como um deboche, o Lula não via o Wellington como um meio para mudar o Piauí. Via um governador que ele chamava de menino e debochava.

GP1: Wellington Dias realmente fez muitas obras durante seu mandato de governador?

Francisco Juriti:
Ele fez obras invisíveis. O Lula debochou dele. A Gruta de Betânia, o Porto de Tatus em Parnaíba. Elas se tornaram obras de ficção. Não tem obras com recursos próprios. Calçamento isso é obrigação de prefeitura e olhe lá, porque o prefeito tem que ter outras prioridades além de calçamentos. Não tem obras significativas com recursos do Estado. Até as poucos obras com recursos federais feitas aqui são insignificantes quando comparado com as construídas em Pernambuco, Ceará, Maranhão, dentre tantas outras. As grandes obras com recursos próprios só se for de calçamento mesmo. Cabe ao Ministério Público apurar onde foram parar os recursos do Estado já que ele sempre falou em bilhões e bilhões. Eu gostaria que Wellington Dias me apontasse obras estruturantes porque eu não conheço nenhuma.

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