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Saúde

Crise do petróleo e novo coronavírus derrubam Bolsas de Europa e Ásia

Cenário está caótico neste começo de semana por dois motivos principais: preocupações com o novo coronavírus e disputa entre Arábia Saudita e Rússia em relação ao preço petróleo.
Por Estadão Conteúdo

As Bolsas da Ásia fecharam com forte queda nesta segunda-feira, 9. Na China, seguindo o mau humor generalizado dos mercados financeiros, o pregão foi encerrado com o principal índice acionário do país, o Xangai Composite, em queda de 3,01%. O índice menos abrangente Shenzhen Composto recuou 3,79%.

No Japão, a queda foi de 5,07%, seguido de Coreia do Sul, com recuo de 4,19%, Hong Kong, baixa de 4,23% e Taiwan, com uma variação negativa de 3,04%. Na Oceania, a Autrália teve queda de 7,40%.

Todo esse cenário acontece em meio ao tombo do petróleo, que chegou a cair até 30%, na esteira de uma decisão da Arábia Saudita de reduzir os preços que cobra pela commodity, e com a busca de investidores por ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro norte-americano.

Além disso, as preocupações com o impacto econômico do coronavírus, que se espalha por diversos países, também afetam os índices acionários.

De acordo com boletim da Organização Mundial da Saúde divulgado no domingo, 8, já foram confirmados em todo o mundo 105.896 casos de covid-19 – 23% disso fora da China: 24.727 casos, em 101 países, oito a mais do que no sábado.

Na Itália, o rápido crescimento de casos e mortes pelo covid-19 no fim de semana levou o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, a decretar quarentena na região norte do país, em todo o Estado da Lombardia e em mais 14 províncias, isolando 16 milhões de pessoas. Cidades como Milão e Veneza estão no cerco. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima que de 70 mil a 90 mil brasileiros estão nesta área.

No Brasil, já são 25 casos confirmados e a Argentina registrou a primeira morte pelo coronavírus na América Latina. Nos Estados Unidos, o vírus já chegou a 30 dos 50 Estados e deixou pelo menos 21 mortos. Na China, as contaminações se aproximam da estabilização, com apenas 46 novos casos registrados entre sábado, 7, e domingo, 8.

As Bolsas da Europa abriram a manhã desta segunda com queda generalizada. Também sob os mesmos motivos - petróleo e coronavírus. Às 5h18, horário de Brasília, a Bolsa de Londres caía 8,35%, a de Frankfurt recuava 7,27%, e a de Paris cedia 6,46%. Em Milão, Madri e Lisboa, as perdas eram de 2,03%, 6,47% e 4,59%, respectivamente.

O petróleo também mantém ritmo de recuo nesta manhã. Os futuros do petróleo operam em baixa de mais de 25%, mantendo o comportamento visto desde a noite de domingo, 8. Às 4h56 (de Brasília), o petróleo WTI para abril sofria queda de 26,99% na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 30,14 o barril, enquanto o Brent para maio caía 25,09% na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 33,91 o barril.

O que houve com o petróleo?

A Arábia Saudita reduziu os preços do petróleo, abrindo o caminho para um forte aumento de sua produção em abril. A decisão dos sauditas, anunciada no fim de semana, veio após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os aliados da Opep+ não conseguirem fechar um acordo na última sexta, 6, para cortar ainda mais a produção do grupo, como parte de uma estratégia para amenizar o impacto econômico do coronavírus. A Rússia, líder informal da Opep+, não aceitou uma proposta da Opep de reduzir a oferta coletiva em mais 1,5 milhão de barris por dia.

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