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Eleições 2022

Vou resolver os problemas do Piauí sem desviar dinheiro, afirma candidato Sílvio Mendes

Candidato ao Governo concedeu entrevista para a TV GP1 nesta quarta-feira (14).

Dando sequência à série de entrevistas com os candidatos ao Palácio de Karnak, a TV GP1 conversou, nesta quarta-feira (14), com Sílvio Mendes, do União Brasil, que concorre ao cargo de governador nestas eleições. 

Durante a entrevista exclusiva concedida à nossa reportagem, o candidato teceu duras críticas à administração do PT no estado do Piauí, ao longo de quase 20 anos. Para Sílvio Mendes, o Governo petista "destruiu" a Educação do estado, bem como a Universidade Estadual do Piauí. O candidato do União Brasil ainda fez questão de frisar que é possível fazer uma boa gestão "sem desviar dinheiro público".

Foto: Alef Leão/GP1Sílvio Mendes
Sílvio Mendes

Alternância de poder

No início da entrevista, Sílvio Mendes pontuou a importância e os benefícios da alternância de poder na democracia, e inclusive, prometeu uma gestão semelhante, caso seja eleito, da que realizou quando esteve à frente da Prefeitura de Teresina, onde encerrou o mandato com alto nível de aprovação.

“Acho que sim [deve haver alternância de poder], para a democracia é importante, seja qual for o partido que ocupe o governo, ele cansa, tem um estresse de material, como foi com a nossa gestão, que foi mais longa do que a do PT no estado. Sendo que aqui nós fizemos o que prometemos, até mais do que o que foi prometido. O governo do PT não fez, ele prometeu muito, e fez muito pouco, e aí a descrença, e eu até acho que ele demorou muito para descansar seu parecer”, declarou à TV GP1.

"Virou as costas para a Educação"

Sílvio Mendes fez uma avaliação da gestão do ex-governador Wellington Dias, do Partido dos Trabalhadores, que esteve no comando do executivo piauiense por quatro mandatos (2003-2006; 2007-2010; 2015-2018 e 2019-2022). O candidato afirmou que Wellington Dias não cumpriu o que prometeu aos piauienses.

Foto: Alef Leão/GP1Sílvio Mendes em entrevista a Tv GP1
Sílvio Mendes em entrevista a TV GP1

“Eu conheço a vida do Wellington porque ele nasceu em Paes Landim e a única coisa que ele fez lá foi uma pista de pouso de um avião do governo, que naturalmente ninguém tem. Acho que ele perdeu a oportunidade, porque foi eleito legitimamente governador, por quatro vezes, e não fez o que prometeu em nenhuma área. Não é ser adversário por ser, é porque sou adversário por convicção, e digo para ele, já disse mais de uma vez, perguntei se ele dorme em paz. Então, nenhuma área, da Saúde que não atende, da Segurança que não protege, na Educação cheia de maus exemplos. Na geração de Emprego e renda o piauiense sofre por isso, por falta de oportunidade. Em nenhum município o governo esteve presente parceiro dos outros municípios. Nenhum, nem Teresina, e eu o vi dizendo que o legado dele é a Educação. Meu Deus do céu! Como a propaganda repetida parece verdade, uma educação que não educou, que deixou 17 mil jovens fora das faculdades ano passado, uma educação que destruiu a Uespi e é de responsabilidade do governo, com escolas fechadas, com ensino a distância que não ensina”, disse. 

Trabalhar pelo Estado sem desviar dinheiro público

“O campus aqui de Teresina, no Torquato Neto, que não tem biblioteca. Um déficit de professores com alunos em curso que não concluem porque não tem aula, e aí para coroar esse descaso com a educação, porque ele virou as costas para a educação, apareceu o PRO AJA, que foi apelidado de PRO ALMA, porque colocou na relação de alunos pessoas que já morreram há mais de 10 anos, e foram identificados pelo CPF na Receita Federal, portanto não é verdade que são alunos, eles mentiram. Foram identificados pelos auditores do Tribunal de Contas do Estado, a Justiça Federal mandou suspender o programa, depois o recurso foi mantido, mas um magistrado aqui do Piauí manteve, estranhamente manteve, um programa que desvia dinheiro público muito, que falta na escola, falta na educação, falta na saúde, falta na segurança. Com dinheiro público dá para fazer o que precisa ser feito, desde que você tenha planejamento, tenha uma boa equipe e faça sem desvio de recurso público, dá para fazer sim! Nós fizemos em Teresina! Nós não tomamos empréstimos, nós tivemos a melhor educação nas capitais do Brasil, fizemos um sistema local de saúde para atender o estado, porque o estado não tem sistema de saúde organizado, e o governo está aí há 20 anos, mas não fez”, completou Sílvio Mendes.

Foto: Alef Leão/GP1Sílvio Mendes
Sílvio Mendes

Fila de 5 mil pessoas no HGV

O candidato do União Brasil evidenciou três problemas principais na saúde pública do estado do Piauí, e tendo em vista tais problemas, indicou três propostas de soluções para reestruturar a saúde no estado. Além disso, ele mencionou que o Governo do Piauí não cumpriu acordos judiciais para colaborar com os municípios, o que em seu ponto de vista, ocasionou uma fila de 5 mil pessoas no HGV, que não conseguem vagas para realizar cirurgias.

"Vou tentar resumir porque é muito ampla a resposta. Primeiro, o Sistema Único de Saúde, é tripartite, ele tem que ser financiado pelo município, estado e União, e aqui não é, o governo não ajuda os municípios. Então, o primeiro passo, ser parceiro dos municípios aonde couber, seja no financiamento, seja nos recursos humanos que para mim, são mais importantes ainda. Segundo, cidades de pequeno, médio e grande porte terão atenções diferentes de acordo com sua população, então no atendimento básico, saúde da família, os municípios terão remédios para pressão arterial e diabetes que hoje não tem. Mesmo com acordo judicial o governo não cumpriu, a mais de três anos. E aí as complicações, os derrames, as amputações e uma fila no HGV de 5 mil pessoas que não consegue uma vaga para fazer uma cirurgia", lamentou.

"Uma família aonde os pais são analfabetos, a taxa de mortalidade infantil é maior, então tem que ter cuidado com a família. Uma rede social, seja de habitação, de renda, de educação também, para poder os filhos terem exemplo dentro de casa. Segundo, que estas crianças tenham escolas adequadas para elas. O que chama de adequada? Que seja climatizada, por exemplo, que seja uma escola bonita, que tenha quadras de esportes, outras atividades fora da sala de aula e que ela tenha vontade de ir. É importante que tenha a merenda escolar, aqui em Teresina a gente fazia na verdade uma refeição, porque a gente sabe que muitas crianças têm na escola a única refeição do dia, é assim que acontece. Terceiro ponto: você tem que ter professores motivados que sejam cobrados também na avaliação que deve ser feita. Como você motiva? Dando ao professor, primeiro, os seus direitos. Quanto maior o salário, melhor. No Japão, que tem uma cultura milenar, o imperador do país só se curva ao professor, porque é uma profissão importante, a mãe de todas as outras", acrescentou Sílvio.

"Fome é um negócio perigoso porque maltrata"

O candidato da Oposição ao Governo do Piauí evidenciou que não existe sistema de Inteligência na segurança pública do estado do Piauí e afirmou que para resolver isso, as forças de segurança devem ser integradas, além da necessidade de se assegurar a dignidade das famílias piauienses. 

"Começa na família, novamente. As condições de morada, de dignidade da família, a renda, o emprego. Fome é um negócio perigoso porque maltrata e tem pressa. Quem passou fome sabe o que eu estou dizendo. Do ponto de vista da repressão, propriamente dito, é preciso que seja recriada a Inteligência, que não existe. Qual o papel da inteligência? É um sistema de informação, que deve se comunicar com as outras polícias, seja rodoviária, seja federal ou qualquer outra, para poder ter disponível e poder agir antes da violência acontecer", declarou.

Garantia de impunidade

Sílvio explicou seu posicionamento crítico perante a Justiça do Piauí, que em seu ponto de vista, favorece uma garantia de impunidade. Haja vista isso, ele assegurou que cobrará resultados.

"O sistema de segurança é muito (amplo, complexo – ele não conclui a palavra), e aí você está se referindo à repressão propriamente dita, então tem que ser gente qualificada. Eu não sei, mas eu tenho inteligência suficiente para saber e cobrar resultado, e eu vou cobrar. Então são muitas iniciativas. Em Teresina tem várias delegacias especializadas, mas não tem a capacidade de fazer um processo educativo e preventivo porque não tem efetivo. Por exemplo, a taxa de feminicídio aqui no Piauí é a maior do nordeste. A violência contra a criança aumentou 40%, a taxa de feminicídio é a terceira maior do Brasil. Como existe alguma repressão nos estados do Sul e Sudeste, esses bandidos que serão tratados diferentes vem para cá porque aqui eles sabem que garantem a impunidade", disse o candidato. 

Conversar com todos os Poderes

Ainda na esfera da segurança pública, Sílvio Mendes explanou que para melhorar a eficiência deste setor, ele pretende, caso eleito, conversar com as instituições, com os poderes e com as polícias.

"O outro aspecto que precisa ser feito se eu for eleito, é conversar com as instituições, com os poderes. Com a Assembleia Legislativa, com o poder Judiciário, com o Ministério Público, com a Defensoria Pública, com os aparelhos de Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal. Por isso que são respeitados, porque não tem interferência política, são instituições que tem crédito e admiração da população. Eu sou um admirador deles. Então é preciso pegar esse tipo de prática e trazer para a polícia estadual", completou Sílvio Mendes. 

Foto: Alef Leão/GP1Candidato ao Governo, Sílvio Mendes
Candidato ao Governo, Sílvio Mendes

Patrimônio do Piauí entregue aos amigos do Governo

O candidato denunciou que a geração de emprego e renda no Piauí é prejudicada porque destruíram o EMATER e até mesmo o Centro de Treinamento, bem como o patrimônio da unidade federativa, foi entregue para aliados ao Governo do Estado. Caso eleito, Sílvio garantiu que isso será criticamente revisto.

"O pequeno produtor, seja na pecuária, seja na agricultura, ele não tem assistência técnica porque destruíram o EMATER. Até o Centro de Treinamento foi entregue a um amigo do Karnak, e que a Justiça, através do sindicato, mandou devolver. As instituições de estado, o governo, em um ato irresponsável passou para amigos dele. A CEASA, a Rodoviária, o Zoobotânico, o Centro de Convenções. E assim, todo o patrimônio do estado foi passado para os amigos, e isso vai ser revisto, eu garanto que será. A passagem da Ceasa e da Rodoviária, que se equivalem, a maioria dos vendedores que ocupam aquela banca pequena foram obrigados a sair de lá e vivem de favor", disse. 

Crédito para os pequenos produtores

Ao evidenciar propostas para incentivar a geração de emprego e renda no Piauí, Sílvio Mendes disse que ofertará crédito e oportunidades para os pequenos produtores, sejam da agricultura ou da pecuária.

"O pequeno produtor, seja da agricultura, seja da pecuária, ele terá primeiro crédito, como nós fizemos com o Banco Popular, pouca gente sabe, mas há anos têm aqui e ajudou muita gente, principalmente as mulheres, na confecção de roupas, mas as roupas também são compradas no Ceará e em Pernambuco e nós vamos oferecer a oportunidade para deixar de acontecer isso", prometeu o candidato.

Volta do Emater

Sílvio Mendes expôs que pretende resgatar o EMATER, para que haja assistência técnica para os produtores, aspecto que o Governo do Piauí, segundo seu ponto de vista, "virou as costas".

"O Emater vai ter de voltar a dar assistência técnica para dizer o que plantar e aonde plantar e dar orientação, inclusive, na comercialização, porque mercado tem. Tudo o que se produz, dá e tudo o que se dá, tem mercado, porque comida falta principalmente para as pessoas mais pobres. Segundo, se você pular a indústria da construção civil, o turismo que não existe absolutamente nada, viraram as costas", acusou.

"Governo não cumpriu com sua palavra"

"A indústria propriamente dita, o Polo Industrial e Teresina é da prefeitura e nós temos no entorno de Teresina um mercado consumidor de 6 milhões de pessoas, mas não tem indústria, então é preciso oferecer. A que tinha aqui foi embora porque o governo não cumpriu com sua palavra e o que foi acordado", apontou Sílvio.

Foto: Alef Leão/GP1Sílvio Mendes, Candidato ao Governo do Estado
Sílvio Mendes, Candidato ao Governo do Estado

"Piauí já foi a quarta maior economia do Brasil"

Na parte final da entrevista, Sílvio Mendes afirmou que pretende aprofundar seu conhecimento do atual funcionamento da máquina pública do estado do Piauí. Ademais, ele lamentou que o Piauí, que já foi a quarta maior economia do Brasil, hoje está no fim da fila devido aos equívocos cometidos ao longo de quatro mandatos em que o PT esteve a frente do Governo do Piauí.

"Primeiro eu preciso conhecer, o objetivo é a atividade fim, não atividade meio. O Piauí já foi a quarta maior economia do Brasil, depois de São Paulo, Rio (de Janeiro) e Minas (Gerais) e hoje está no fim da fila devido aos equívocos ao longo de muito tempo", pontuou.

Problemas do Piauí têm solução

Em suas considerações finais, o candidato Sílvio Mendes admitiu que o Piauí enfrenta muitos problemas, mas que todos eles têm solução. 

"O Piauí tem muitos problemas, muitos. Mas todos têm solução, citamos alguns, tem outros mais. Eu pensava em não voltar mais, mas o Firmino partiu e eu fui chamado. Depois de muito pensar, refletir, da minha família me autorizar, eu estou nessa caminhada desde o ano passado e o Piauí é muito pior do que a gente sabia, do que eu sabia. Não dá nem para comparar com a propaganda oficial. Porque muita gente não sabe o que nós fizemos em Teresina? Porque entre gastar dinheiro com televisão, fazendo propaganda, a gente fazia uma escola, um centro de saúde. Então, como a gente não fez propaganda do ponto de vista político eleitoreiro, nós erramos, mas eu cometeria este mesmo erro. O estado não, ele gastou mais com propaganda, do que com a Segurança Pública, a Polícia Militar, e isso é um escândalo, então não pode dar certo. Mas, quando se pensa sempre na próxima eleição, tem se perpetuado pelo menos há 20 anos, que eu espero que acabe agora, porque tem um sentimento de mudança, ela é crescente. Por onde a gente anda, na rua, não é só com prefeitos, lideranças, é o cidadão da rua que não suporta mais isso", destacou Sílvio Mendes.

"Diz a Bíblia que Deus perguntou a Salomão que pedido ele faria e ele pediu sabedoria, porque riqueza ele tinha muita. Então é o que eu peço hoje, imitando Salomão, sabedoria para atender as necessidades da população do Piauí. E para fazer isso eu peço o seu voto, o seu apoio, porque isso é questão de escolha, o futuro não é sócio, é escolha", finalizou.

Foto: Alef Leão/GP1Sílvio Mendes
Sílvio Mendes

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