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Essa semana aconteceu um fato em Londres, estranhamente pouquíssimo divulgado pela imprensa brasileira, que creio seja merecedor, no mínimo, de reflexão.

Um batalhão do exército inglês, chamado Batalhão Anglicano, retornava de sua missão no Afeganistão e os seus membros desfilavam orgulhosos pelas ruas no inverno londrino, quando um grupo de cerca de 20 cidadãos londrinos de origem afegã iniciou uma pequena mais desconcertante manifestação. Aos gritos de ‘assassinos’ e ‘covardes’, os manifestantes xingavam os militares.

A polícia teve que intervir para que outros cidadãos presentes à cerimônia não atacassem os manifestantes, que cada vez mais gritavam palavras de ordem e xingamentos contra os soldados.

Um fato interessante que me chamou a atenção foi que nos jornais dos dias posteriores era possível ler um grande número de comentários de leitores contra e a favor da manifestação.

Nos comentários, os defensores dos soldados destacavam que eles eram heróis e que tinham ido ao Afeganistão lutar pela democracia e o mundo livre e que aquela manifestação de ódio era inaceitável mesmo numa democracia.

Por outro lado, os apoiadores dos manifestantes destacavam que aquela era uma guerra colonizadora e que os soldados deveriam mesmo sair do Afeganistão.

Deixo ao leitor o julgamento dos fatos. Lamento somente que em momento algum da manifestação havia qualquer apelo pela paz – em um dos cartazes podia-se ler: ‘morte aos assassinos dos radicais islâmicos’.

Paz, por certo, os soldados não encontraram no retorno à sua terra natal e começo cada vez mais a entender menos essa questão.

Destaco Epicuro (em Pensamentos, editora Martins Claret):
“A serenidade espiritual é o fruto máximo da justiça. O justo é sumamente sereno; o injusto, cheio da maior perturbação.”

Boa sorte a (nós) todos.

Londres (RU), 13 de março de 2009.

José Anastácio de Sousa Aguiar
 

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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