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Apolônio de Tiana ou Os Pêndulos da História


Imagem: ReproduçãoClique para ampliarApolônio de Tiana ou Os Pêndulos da História(Imagem:Reprodução)Apolônio de Tiana ou Os Pêndulos da História
Ler sobre a história antiga é uma atividade digamos, no mínimo, interessante, em especial quando nos deparamos com certos personagens que são, digamos novamente de outra forma, minimamente, curiosos. Apolônio, de Tiana, é um deles.

Apolônio foi um filósofo grego neo-pitagórico nascido no século I na província romana da Capadócia, na Ásia Menor, e, segundo alguns autores, teria sido contemporâneo de Jesus Cristo. As informações que chegaram a nós sobre a sua vida são poucas e estão contidas quase em sua totalidade no livro “A Vida de Apolônio de Tiana”, do sofista Filostrato. O livro destaca as viagens feitas pelo filósofo à Itália, Espanha, Mesopotânia e Índia, onde teria absorvido o misticismo oriental de magos, brâmanes e sacerdotes, bem como descreve seus feitos, incluídos realização de diversos milagres, dentre eles a ressuscitação da filha de um senador romano, bem como referência a uma capacidade de percepção extra-sensorial. Seus feitos milagrosos e inteligência peculiar garantiram-lhe vários seguidores que fizeram escola inclusive após a sua morte.

O debate intelectual-religioso-moral no Império Romano nos séculos II e III d.C., em especial no período que antecedeu a consolidação do cristianismo como religião oficial do império, trouxe novamente Apolônio ao debate, em especial por autores anti-cristãos, como Porfírio, filósofo neo-platônico, que defendeu em suas argumentações que Jesus não teria sido o único a realizar milagres.

Com a vitória do cristianismo sobre as demais religiões, seitas e credos, Apolônio foi considerado um impostor e charlatão pela igreja estabelecida e esquecido, somente vindo a ser lembrado e estudado quando do Iluminismo.

Finalizo com Mário Quintana (em Porta Giratória, pág. 151): “O que salva a nossa triste condição de homo sapiens é que não se pode ter certeza nem da própria dúvida.”

Boa sorte a (nós) todos.
Eusébio/CE, 28 de novembro de 2010.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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