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Apenas mais uma sobre o Absoluto e o Relativo Ou Oração ao Tempo


Imagem: ReproduçãoClique para ampliarSimbologia do tempo(Imagem:Reprodução)Simbologia do tempo
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo,
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo...

O primeiro refrão da canção intitulada “Oração ao Tempo”, de autoria de Caetano Veloso, me faz recordar as elucubrações que permeiam os temas Absoluto e Relativo. Em assim sendo, trago ao leitor para reflexão trechos de dois livros, quais sejam: o prefácio de “Ética Demonstrada à Maneira dos Geômetras”, de Baruch Espinoza, realizado pelo filósofo brasileiro Huberto Rohden, e “O Caibalion – estudo da filosofia hermética do Antigo Egito e da Grécia”.

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo,
Entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo,
És um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo...

Indica Huberto Rohden que o Relativo refere-se a tudo o que estiver sob a égide da relação tempo/espaço, possibilitando definições e qualificações, tendo como principal característica a mutabilidade.

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo, tempo, tempo, tempo,
Ouve bem o que te digo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo,
Quando o tempo for propício
Tempo, tempo, tempo, tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo,
E eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo...
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo, tempo, tempo, tempo,
Apenas contigo e comigo
Tempo, tempo, tempo, tempo...

Já o Absoluto pertenceria ao inconcebível, não havendo, portanto, qualquer parâmetro de aferição. Na página 21 do citado livro, o filósofo assevera: “Essa essência una, única, absoluta, universal, infinita, não é, todavia, uma substância inerte e passiva, mas uma força viva e ativa; ela é a Vida, a Inteligência, a Consciência, a Razão, o Espírito em grau ilimitado. (...) Ora, sendo a infinita essência (Deus) sempre ativa e jamais passiva, deriva, dela efeitos múltiplos e incessantes, através de todos os tempos e espaços. Deus nunca foi Deus sem ser criador. (...) Deus é infinito em sua essência, mas finito em suas existências ou manifestações. Deus, essencialmente infinito, é existencialmente finito. Essencialmente uno, é ele existencialmente múltiplo: um no seu ser, muitos no seu agir.”

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo, tempo, tempo, tempo,
Não serei nem terás sido
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo,
Num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo...

Por seu turno no Caibalion encontramos na página 39 (Editora Pensamento – São Paulo) a seguinte assertiva; “O TODO sendo Infinito, Absoluto, Eterno e Imutável, segue-se que tudo o que é finito, passageiro, condicional e mutável não é o TODO. E como não há nada Real fora do TODO, todas as coisas finitas não são Reais.”

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo,
Nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Boa sorte a (nós) todos.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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