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A Cura dos Dez Leprosos ou A Vida é uma Dádiva ou Dívida?


Jesus, segundo Lucas (17; 11-19), a caminho de Jerusalém, passou pela divisa entre a Samaria e a Galiléia. Ao entrar em um povoado, dez leprosos dirigiram-se a ele. Ficaram a certa distância e gritaram em alta voz: "Jesus, Mestre, tem piedade de nós!" Ao vê-los, ele disse: "Vão mostrar-se aos sacerdotes". Enquanto eles iam, foram purificados. Um deles, quando viu que estava curado, voltou, louvando a Deus em alta voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Este era samaritano. Jesus perguntou: "Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove? Não se achou nenhum que voltasse e desse louvor a Deus, a não ser este estrangeiro?" Então ele lhe disse: "Levante-se e vá; a sua fé o salvou".
Imagem: ReproduçãoA Cura dos Dez Leprosos por James Tissot(Imagem:Reprodução)A Cura dos Dez Leprosos por James Tissot
Cabe lembrar que os judeus, assim como Jesus, não eram bem vistos pelos samaritanos (habitantes da Samaria). É possível destacar três posturas no referido texto, Jesus, como curador; nove leprosos, que mesmo curados, não se deram ao trabalho de agradecer quem os curou e o samaritano, que mesmo sendo potencial inimigo de Jesus, retornou e agradeceu ao Mestre.

Não é possível aferir, pelo Evangelho, qual ou quais foram as razões que fizeram os outros nove não agirem como o samaritano. Talvez a avidez de retornarem aos seus familiares e amigos, talvez tenham sido impedidos pelos sacerdotes, talvez por simples esquecimento, ou outra razão qualquer... Qualquer motivo que tenha sido, tolheu-lhes o melhor bocado, a salvação.

Destaco Marco Aurélio, em Meditações: “Se acaso encontrares nessa vida algo melhor do que a justiça, a verdade, a temperança, a coragem, melhor ainda do que o pensamento que a si mesmo basta quando, submisso à razão, fornece o rumo certo de atividade, que com seu destino se conforma ao aceitar a sorte que não escolheu, se, reafirmo, encontrares algo melhor, abraça-te a isso com todas as forças e goza o bem supremo que descobristes (...)”.

Boa sorte a (nós) todos.
Eusébio/CE, 1 de agosto de 2013.
José Anastácio de Sousa Aguiar



*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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