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A autoconfiança agressiva e a fragilidade interior; ou a compensação junguiana


Imagem: DivulgaçãoA autoconfiança agressiva e a fragilidade interior; ou a compensação junguiana(Imagem:Divulgação)A autoconfiança agressiva e a fragilidade interior; ou a compensação junguiana

Carl G. Jung, o pai da psicologia analítica, ficou mundialmente conhecido após desenvolver diversos conceitos na área da psique humana, dentre eles: o inconsciente coletivo, os arquétipos, a individuação e a sincronicidade. Entretanto, não seria exagero inferir que um dos conceitos junguianos menos conhecidos, talvez seja um dos principais pilares do seu trabalho, trata-se da teoria da compensação (ou teoria dos processos compensatórios). Foi a partir deste fundamento que surgiram várias de suas criações, como: a Anima e o Animus, os Tipos Psicológicos Introvertido e Extrovertido, dentre outros.

Nesse contexto, relato o seguinte caso. João chegou ao meu consultório com a demanda de que se sentia triste e deprimido, apesar de suas conquistas materiais. Relatou ser um executivo de uma grande multinacional, entretanto seu desempenho profissional estava em decadência e sua maior reclamação era em relação às suas emoções. Ele mesmo relatou que era muito autoconfiante e para atingir as suas metas no trabalho corporativo precisava lançar mãos da agressividade, posto que, como ele mesmo enfatizou: "Só assim eles entendem e obedecem”.

Verificou-se durante o tratamento terapêutico que João havia perdido o pai muito pequeno e a família passou por problemas financeiros e ele precisou desde cedo ser, como citou: “Arrojado e agressivo.”

Em verdade, João tinha um complexo de inferioridade e uma fraqueza interna muito intensa, questões essas que ele procurava compensar, perante o mundo exterior, com uma autoconfiança agressiva. Em outras palavras, a autoconfiança agressiva era um reflexo de sentimentos interiores de fraqueza e inferioridade. Certamente, a questão central da terapia seria a cura da criança interna ferida por meio do reequilíbrio da sua energia psíquica.

José Anastácio de Sousa Aguiar

*nomes, sexos e alguns detalhes foram alterados para proteger a identidade dos pacientes.



*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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