As redes sociais, embora possam ser ferramentas poderosas de comunicação e aprendizado, têm se tornado uma ameaça silenciosa para o desenvolvimento saudável da personalidade de crianças e jovens. Isso acontece porque, justamente na fase em que estão formando sua identidade, esses indivíduos são altamente influenciáveis e vulneráveis a comparações, frustrações e distorções da realidade.
O problema central é que o mundo que as redes sociais apresentam não é o mundo real. Na maioria das vezes, o que se vê são vídeos e fotos editadas, momentos selecionados a dedo, corpos filtrados, vidas maquiadas e conquistas exageradas. Isso cria um padrão inalcançável de beleza, sucesso e felicidade que não condiz com a vida como ela é de verdade — feita de altos e baixos, imperfeições e desafios.

Para uma criança ou adolescente que ainda está desenvolvendo sua autoestima, suas referências, seus valores e seu senso de pertencimento, esse ambiente pode ser extremamente tóxico. Eles passam a acreditar que a própria vida é insuficiente, que seus corpos não são bons o bastante, que todos estão felizes o tempo todo — menos eles. Isso pode gerar ansiedade, depressão, distorção de autoimagem, sensação de fracasso e isolamento.
Além disso, o uso excessivo das redes sociais reduz o contato com o mundo real: com amigos de verdade, com a família, com a natureza, com o tempo ocioso que estimula a criatividade e a reflexão. A hiperconexão digital, ironicamente, está nos tornando desconectados de nós mesmos.
Por isso, é fundamental que pais, escolas e a sociedade como um todo estejam atentos. É preciso orientar, limitar e dialogar. As redes sociais não vão desaparecer — mas o olhar crítico sobre elas precisa ser cultivado desde cedo. Crianças e adolescentes devem aprender a usar a tecnologia como aliada, e não como inimiga de sua saúde emocional e de sua verdadeira identidade.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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