Durante muito tempo, ouvir que “não dá pra competir com os europeus” era quase um mantra por aqui. Mas o novo Mundial de Clubes 2025 mostrou outra realidade. O formato mais democrático — com mais jogos e mais equilíbrio — deu aos clubes brasileiros a chance de fazerem o que sabem: competir com alma, suor e inteligência.

O Botafogo calou os céticos
Quando o Botafogo venceu o PSG por 1 a 0, muita gente correu pra dizer que foi sorte. Mas não foi. Foi estratégia, foi coragem. O time se defendeu com precisão, controlou os espaços e soube atacar quando a brecha apareceu. Futebol é isso: não precisa ter a bola o tempo todo, precisa saber o que fazer com ela.
- Defesa sólida: o ataque do PSG não viu a cor da bola.
- Eficiência máxima: poucas chances, mas aproveitamento máximo.
- Espírito coletivo: todo mundo correu, todo mundo acreditou.
Flamengo virou e impôs respeito
Já o Flamengo bateu o Chelsea por 3 a 1 numa atuação de gente grande. Levou o primeiro gol? Levou. Mas reagiu rápido, com raça e inteligência. As substituições foram certeiras, e o time mostrou que não veio pra fazer número. Veio pra disputar cada centímetro de campo.
- Reação imediata: o time não se abateu com o gol adversário e reagiu de forma imediata e organizada.
- Banco decisivo: as substituições foram certeiras, especialmente com Bruno Henrique e Wallace Yan mudando o panorama do jogo.
- Disciplina tática: o esquema de Filipe Luís, pressiona o adversário e favorece o controle dos momentos-chave.
Fluminense mostrou como se joga com personalidade
E o Fluminense não ficou atrás. Encarou o poderoso Inter de Milão e venceu por 2 a 0, com gols logo no início. Surreal? Nem tanto. O Flu entrou com intensidade, marcou alto e mostrou que o estilo brasileiro, quando bem executado, ainda é temido no mundo inteiro.
- Pressão desde o início: demonstrou como a pressão e a intensidade sul-americana podem surpreender gigantes europeus.
- Jogo coletivo impecável: valorizou seu estilo de jogo, com brilho coletivo e participação ativa de todos os setores da equipe.
- Identidade respeitada: reforçou a ideia de que clubes brasileiros ainda possuem força tática e técnica para competir no cenário global.
Derrotas aconteceram. Mas não apagam o brilho
Claro que nem tudo foi vitória. Alguns clubes brasileiros tropeçaram — e isso faz parte. Mas diferente de anos anteriores, perder hoje não significa ser dominado. As derrotas vieram com desempenho, com chances criadas, com luta. E isso já é uma mudança de paradigma.
Dinheiro não é tudo. Dentro de campo, tudo muda
A gente sabe que os clubes europeus têm mais estrutura, mais grana e elencos estrelados. Mas como já disse o Renato Gaúcho: “são 11 contra 11”. E nesse Mundial, os brasileiros mostraram que sabem competir. Sabem se adaptar. Sabem surpreender.
O que mudou no futebol brasileiro?
Tem algo diferente no ar. E não é só sensação, é fato. Veja só:
- Treinadores mais atualizados: alguns com passagens pela Europa ou estudos modernos, estão aplicando novos conceitos.
- Infraestrutura crescente: CTs de Flamengo, Palmeiras, Galo... estão em outro nível.
- Jogadores experientes voltando: veteranos com bagagem europeia elevam o patamar técnico.
Além disso, o futebol sul-americano tem algo que o europeu, por mais rico que seja, não consegue comprar: a alma da arquibancada, o improviso, a gana. E isso, em jogo grande, faz diferença.
Formato novo, justiça maior
O novo formato do Mundial permite mais partidas, mais ajustes, mais justiça. Antes, o campeão sul-americano estreava na semifinal. Agora, os clubes jogam mais, testam estratégias e crescem na competição. Isso favorece o equilíbrio e dá espaço para o talento aparecer.
Resumo da ópera: o abismo virou ponte?
Não dá pra dizer que está tudo igual. A Europa ainda tem vantagem estrutural e financeira. Mas no campo, a diferença diminuiu — e muito. Hoje, os clubes brasileiros têm elenco, tática e coragem para disputar de igual pra igual com qualquer um. E, mais do que isso, têm vontade.
Se mantiverem o ritmo, o título pode vir. Não é mais sonho distante — é possibilidade real.
LEIA MAIS: Mundial de Clubes 2025: o salto (ou abismo) do futebol sul-americano
Resumo do artigo:
- O novo Mundial é mais equilibrado e favorece clubes fora da Europa.
- Botafogo, Flamengo e Fluminense venceram gigantes com estratégia e coragem.
- A diferença técnica entre América do Sul e Europa diminuiu.
- Clubes brasileiros mostram maturidade tática e espírito competitivo.
- Formato mais justo permite adaptação e evolução durante o torneio.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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