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Colunista Feitosa Costa
GP1

Destruição da mata do Meduna causa agonia de raposas no asfalto


Destruída para dar lugar ao gigantesco Shopping Rio Poty, cujas obras seguem em ritmo intenso causando os maiores transtornos à população residente nas imediações, a imensa floresta que circundava o extinto sanatório Meduna, servia de abrigo natural para uma fauna até aqui desconhecida, mas que pode ser identificada agora devido a agonia que vem passando no coração de uma capital que necessita preservar o que lhe resta de vegetação: dezenas de pessoas já viram, com o coração dolorido, raposas novinhas e adultas, às 5 horas da manhã, correndo desnorteadas na avenida Marechal Castelo Branco, buscando um abrigo inexistente que lhes foi impiedosamente subtraído.

O espetáculo da agonia dos animais correndo de um lado para outro, fugindo dos carros e da movimentação em geral é de fazer dó e pode ser visto a cada amanhecer. As raposas correm na pista de asfalto, passam em frente à Câmara Municipal, descem para a beira do rio Poty numa cena triste e comovente para aqueles que têm algum sentimento e defendem o direito de os animais viverem. Tudo isto acontece a poucos metros da sede da Justiça piauiense e praticamente no pátio da casa dos parlamentares que representam a população de Teresina. Até agora ninguém disse nada, nem mesmo Teresa Brito, a vereadora que apregoa na cidade ser do Partido Verde.

Empreendimento da Sá Cavalcante, o novo shopping que se constroi em Teresina começou da noite para o dia e a população não sabe exatamente como foi feito o estudo de impacto ambiental e em que bases os organismos de meio ambiente concederam uma licença para que fosse simplesmente, em nome do "desenvolvimento", devastado um verdadeiro vale na beira do Rio Poty, no centro de uma cidade que exige cada vez mais uma arborização maciça.

É no mínimo estranho que se tenha dado uma licença para destruir uma reserva florestal onde se pode encontrar uma das coisas mais raras numa área urbana como Teresina: um autêntico minador de água cristalina impiedosamente destruído sob uma visão de completo desrespeito com as gerações futuras.

Os técnicos mais capacitados do mundo inteiro já previram que o mundo sofrerá num futuro não tão distante escassez de água potável. O Nordeste brasileiro seria uma das áreas mais afetadas e por causa disso um minador natural é visto hoje como uma verdadeira dádiva, um oasis para servir de reserva em situações extremas. No Piauí, infelizmente, autoridades que deveriam trabalhar para conservar a qualidade de vida de seus cidadãos e suas potencialidades ambientais, assinam licenças a três por quatro em recintos fechados e sem o menor acesso de representantes populares descomprometidos.

Foi assim quando o então secretário de meio ambiente concedeu licença para que fosse destruído um verdadeiro parque ambiental que existia no interior do Clube das Classes Produtoras para a construção do supermercado Extra, numa operação que, segundo comentários de bastidores, acabou melhorando a vida financeira de um seleto grupo de amigos afeitos a administrar clubes sociais.

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