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Colunista Feitosa Costa
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Polícia Federal pode entrar nas investigações para saber se operação visava capitalizar grupos organ


Afirmações de cunho ideológico feitas por pelo menos dois dos cinco homens que  assaltaram  às 15 horas de ontem, terça-feira (16), a agência dos Correios da avenida Kennedy, ouvidas por boa parte das 10 pessoas que se encontravam no local, podem levar a Polícia Federal a entrar nas investigações para saber se a operação visava capitalizar grupos organizados com outros objetivos. O engenheiro eletrônico Miguel Xavier ouviu claramente quando um dos assaltantes repreendeu um colega porque este queria o relógio de um cliente da agência ao mesmo tempo em que bradava: "Fiquem todos calmos, nós queremos só o dinheiro do Governo, só o que é da Dilma". Uma outra pessoa ouviu quando outro deles disse: "Nesta agência tem 60 mil".

Os cinco assaltantes entraram na agência dos Correios, localizada quase em frente à  Caixa Econômica da avenida Kennedy, e a meio quarteirão do supermercado Extra, logo depois de uma mulher que puxara conversa sem lógica com clientes e funcionários enquanto passava a vista por toda a área. Armados com revólveres, "mas sem muito exagero", como narrou uma das vítimas, "demonstraram uma calma impressionante".

Em primeiro lugar, o homrem que parecia ser o chefe, disse que todos ficassem tranquilos, que ia dar tudo certo, não aconteceria nada com os clientes e nem com os funcionários. Ele reuniu alguns e levou para um pequeno compartimento, mas não trancou a porta e nem permitia qualquer ato de grosseria com as pessoas.

O assaltante estava tão descontraído que estabeleceu um diálogo sobre política com um técnico que, embora sob a mira de armas, ficou calmo durante a ação. Foi nesse momento que um deles olhou para um homem e disse: "Passa o relógio e o celular, meu chapa!". Prontamente foi repreendido pelo que parecia o chefe: "Não vamos levar o dinheiro do povo...a gente veio aqui para pegar o dinheiro do governo...nós queremos só o dinheiro da Dilma".

Exceção

Essa determinação do homem que parecia o chefe não foi cumprida integralmente porque quando o grupo se preparava para deixar a agência um comerciante entrava e foi rendido pelo assaltante que ficara para trás que lhe exigiu os 2.800 reais que portava. Prontamente ele entregou o dinheiro.

Prevenidos, ao perceberem que havia gente tranquila e esclarecida dentro da agência, levaram seus celulares e chaves de carro, como foi o caso de uma senhora e do engenheiro Miguel Xavier, que chegou a dizer para os assaltantes que não havia problemas quando eles lhe arrebataram as chaves de um Tukson e o telefone. O proifissional teve de ir buscar um chaveiro e só conseguiu sair do local por volta das 18 horas.

Comandante do policiamento da capital, o coronel Alberto esteve na agência dos Correios logo depois do assalto e ouviu, na presença deste jornalista, o relato de uma das vítimas, de que os assaltantes haviam afirmado durante a operação que só queriam o dinheiro do "Governo, o dinheiro da Dilma".

Exclusivas


Procurador atrasa sessão
A sessão da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça atrasou em mais de duas horas, ontem pela manhã, pela falta de um representante do Ministério Público Estadual, no caso um procurador.


Férias
O representante do Ministério Público naquela Câmara Criminal é o Sr. Antônio Ivan, de bem lembrada passagem pela chefia do órgão, mas tirou férias e um substituto teria sido escolhido.

Pauta atrasada
Na pauta de julgamento da 1ª Câmara Criminal, presidida pelo desembagador Antônio Alencar, estavam pelo menos cinco processos e todos se encontravam no local, até mesmo um advogado gordinho que devido a ausência do Ministério Público, teve tempo para um soneca.

Todos à espera
Foi um constrangimento geral: todos ficaram à espera do representante do Ministério Público. A sessão não se realizaria porque o representante do órgão que é indispensável no procedimento não havia chegado até às 10 horas da manhã.

Telefonemas
Antes de mandar lavrar a ata em que ficaria declarada a ausência do Ministério Público, o desembargador Alencar pediu que ligassem para a sede da instituição e soube-se que mandariam um representante para que a pauta, de muita importância porque tinha a ver com a liberdade de pessoas, não ficasse prejudicada.

Vergonhoso
Uma sessão de uma Câmara Criminal que vai julgar processos que tratam da liberdade de pessoa não ser realizada porque o Ministério Público não se fazia representar é uma situação vergonhosa e sem justificativa.

Prepara tudo antes
Primeiro o Sr. Antônio Ivan, que é o representante titular do Ministério Público na 1ª  Câmara Criminal, deveria ter deixado tudo acertado com seu substituto e até um "plano B", para o caso de um não dar certo.
Em segundo lugar o Ministério Público deveria ter um sistema de emergência funcionando no proprio Tribunal, no caso, por exemplo, de algum de seus representantes passar por algum problema e não poder comparecer.

Prejudicados
De qualquer maneira as pessoass interessadas nos processos ficam prejudicadas porque vão ser acompanhados por alguém que não os estudou com tempo suficiente.

Pegou mal
Quando sai do Tribunal na terça-feira o relógio caminhava para as 11 horas e a sessão ainda não havia começado.
Pega muito mal a ausência de um representante de uma Instituição que foi criada para ser a guardiã dos interesses da população numa audiência de uma Câmara Criminal.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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