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Colunista Feitosa Costa
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Wellington é o primeiro político a assumir o Governo do Piauí por três vezes


Funcionário da Caixa Econômica Federal do Piauí por cuja associação de servidores acabou ingressando na politica; vereador de Teresina, deputado estadual, federal, Governador e senador, Wellington Dias é o primeiro político piauiense no regime democrático a assumir o Governo do Estado pela terceira vez.
Imagem: Brunno Suênio/GP1Wellington Dias(Imagem:Brunno Suênio/GP1)Wellington Dias
Até a manhã de ontem, quando tomou posse na Assembleia Legislativa do Estado, Wellington Dias estava em condições de igualdade no número de mandatos com Alberto Silva (falecido), Hugo Napoleão, Mão Santa e Wilson Martins, que governaram o estado durante dois mandatos, adquiridos legitimamente através do voto direto.

Depois de ingressar no movimento de servidores da Caixa Econômica Federal, Wellington Dias foi "disputado" por PT e PC do B para se filiar, partidos com forte influência na época no movimento dos bancários. Prevaleceu o PT mais por insistência de Regina Sousa e Marcelino Fonteles.
Imagem: Brunno Suênio/GP1 Governador Wellington Dias(Imagem:Brunno Suênio/GP1 )Governador Wellington Dias
Na Associação da Caixa se credenciou e foi presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí. Daí para a eleição de vereador foi um passo. Dois anos seguintes se candidatou a deputado estadual e venceu as eleições como um quadro preparado pelo Partido dos Trabalhadores. A seguir foi deputado federal.

Em 2002 pretendia ser candidato ao Senado da República, sacrificando uma reeleição de deputado federal, quando abriu-se uma estrada imensa dentro dos partidos que tinham acabado de sair do Governo por força da cassação de Mão Santa. Firmino não aceitou ser o candidato de Mão Santa, muito menos Freitas Neto e terminaram lançando Jônathas Nunes, só para figurar, porque na realidade o PMDB foi em peso apoiar o candidato do PT.

Firmino rompeu com o PMDB e foi apoiar a reeleição de Hugo Napoleão, mais por recomendação nacional do que por vontade pessoal. Wellington ganhou a eleição no primeiro turno. A partir dai tornou-se líder estadual incontestável.

EXCLUSIVAS


Como Tancredo
Poderoso político do Piauí seguiu o exemplo de Tancredo Neves e subiu alguns andares na virada do ano até o apartamento de uma personalidade com a qual não falava há pelo menos cinco anos, para desejar-lhe feliz 2015.

Champanhe

O político acabou convidado para ficar mais um pouco e ainda tomou uma taça de champanhe. Ao voltar para seu apartamento, deixou para trás um provável novo aliado para as próximas eleições.

A História
No réveillon de 1983 para 1984, quando a emenda Dante de Oliveira, que restabelecia eleições diretas para Presidente da República, começava a tomar corpo no Congresso Nacional, Tancredo já sabia que a proposta não passaria em abril próximo e começou a afastar os obstáculos para uma disputa no colégio eleitoral, que só aconteceria em janeiro de 1985.

Maior obstáculo
O obstáculo maior de Tancredo não eram os políticos e sim a linha dura do Exército, representada por figuras como Silvio Frota e outros generais que queriam um retrocesso.

Selo democrático

No réveillon, num luxuoso prédio de Copacabana, o então governador de Minas, Tancredo Neves, pediu licença à família e seus convidados, entrou no elevador e subiu mais cinco degraus. Apertou a campainha e quem abriu a porta foi o então general de exército Leônidas Pires Gonçalves.

Apoio militar
Naquela noite de virada do ano, com a habilidade que caracterizou toda a sua vida, Tancredo Neves estava assegurando a transição do regime ditatorial para o democrático.

Respaldo na caserna
Chegou abril de l984 e a Emenda Dante de oliveira foi derrotada no Congresso pelo rolo compressor do Governo Figueiredo, mas Tancredo tinha respaldo no meio militar para tentar uma missão aparentemente muito difícil: derrotar o Governo no próprio colégio eleitoral criado pelo regime militar para impedir qualquer possibilidade de um nome não confiável chegar ao poder.

Silêncio nos bastidores
Trabalhando em silêncio nos bastidores da política brasileira, Tancredo percebeu a ocasião e estimulou a divisão dentro do partido do regime, o PDS, cuja rachadura começara com a candidatura de Paulo Maluf, então ex-governador de São Paulo que havia derrotado o candidato do Governo, Laudo Natel, no maior estado brasileiro.

No Piauí
Lucídio Portella, que acabara de transmitir o Governo para Hugo Napoleão, o primeiro governador eleito pelo voto direto no Piauí, ainda tinha muita força e indicara à Assembleia os seis delegados ao colégio eleitoral, todos malufistas, mas numa manobra durante a madrugada Freitas Neto (prefeito de Teresina) e Hugo Napoleão (governador do Estado) mudaram o cenário e a Assembleia acabou aprovando a indicação de seis nomes diferentes, todos tancredistas.

Grande vitória
Com os votos dos seis piauienses que fizeram questão de declará-los ao microfone durante a votação no plenário do Congresso, Tancredo se elegeu o primeiro presidente civil, acabando com o regime militar, utilizando o Colégio Eleitoral, instrumento criado pelo próprio regime.

Triste dia
Às vésperas de tomar posse, no início de março de 1985 foi oficializada a doença de Tancredo e que Sarney, eleito vice-presidente, assumiria interinamente.

Selo da história
Foi justamente nessa hora que os resultados daquela visita ao general Leônidas no apartamento de Copacabana na virada do ano de 2003 para 2004, mostraram como a habilidade e bons propósitos de um politico podem dar curso à história: o regime militar tentou evitar a posse de Sarney mas Leônidas, já escolhido ministro do Exercito por Tancredo, garantiu a posse do maranhense. Estava selada a história.

Proporções menores
Em proporção muito menor, talvez tenha se inspirado em Tancredo o politico piauiense que na virada do ano, também num prédio, subiu alguns degraus para pôr fim a uma inimizade que passava de cinco anos. O que vai acontecer só o tempo dirá.

Aviso aos amigos

Peço aos meus amigos queridos, que graças a Deus são muitos, que não me liguem para que eu identifique os protagonistas dessa história que acabei de narrar, porque simplesmente não posso cometer essa indiscrição. Por absoluta confiança dos dois, fui testemunha das primeiras iniciativas. Com o tempo, a sagacidade vai permitir que os atores assumam a ribalta.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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