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São João do Piauí: "às vezes, o melhor mesmo é estar no mato sem cachorro!"


*Gonçalo Carvalho Filho

A cidade de São João do Piauí, localizada no sudeste do Estado, a 482 Km da Capital, é administrada pelo Senhor Roberth Paulo Paes Landim há seis anos, durante esse período, metade do segundo mandato, o gestor não realizou sequer uma única obra, tendo se pautado tão-somente por recuperar, diga-se de passagem, pintar obras já existentes e inaugurá-las em grande estilo: descerramento de placa, foguetório... A maior parte do tempo o gestor passa viajando. Como ele gosta de afirmar: estava buscando recursos para investir no município.

Acontece que a realidade desmente as bravatas do prefeito e, qualquer pessoa, mesmo sem o menor senso crítico, percebe o abandono, o descaso mesmo com a coisa pública. Um bom exemplo disso é a dificuldade que os veículos encontram para trafegar nas ruas da cidade: não há uma só rua sem que o calçamento não esteja desestruturado, pedras soltas, causando transtornos e prejuízos aos motoristas, motociclistas, pondo em risco a vida das pessoas, pois como as pedras estão soltas podendo ‘voar’ e atingir alguém!
Imagem: Gonçalo CarvalhoO descaso do Prefeito com a cidade e sua população fica evidente(Imagem:Gonçalo Carvalho)O descaso do Prefeito com a cidade e sua população fica evidente
O descaso do Prefeito com a cidade e sua população fica evidente na medida em que o próprio TCE-PI – Tribunal de Contas do Estado reprovou as contas da Prefeitura de São João do Piauí relativas ao Exercício de 2008, ano da reeleição do atual gestor, apontando várias e inconcebíveis irregulares na prestação de contas – ausência de licitações, aquisições de bens e contratação de pessoal sem Concurso Público ou à margem da Lei de Licitações, compra de peças de veículos em loja de confecção, aquisição de tubulações para poços tubulares com recursos do FUNDEB, só para mencionar algumas falhas! Tudo isso em ano eleitoral, 2008!

Em 16 de dezembro de 2009, o portal Pé de Figueira, que até então fazia oposição ao atual prefeito de São João do Piauí, Roberth Paes Landim, publicou uma matéria bastante ilustradora de tamanho descaso, que pode ser ainda hoje acessada: //www.pedefigueira.com.br/cidade,993,reveillon-de-sao-joao-vai-custar-mais-de-r-47-mil-aos-cofres-publicos. Assim o portal se refere ao fato e denuncia: “Prefeitura celebrou contrato de mais de R$ 80 mil para Festival da Uva (...) A Prefeitura também celebrou contratos às vésperas do 2º Festival da Uva para a reforma de calçamentos e para a realização do Festival. Com a reforma de calçamentos, a Prefeitura celebrou contrato no valor de R$ 74.232,72 com o senhor Josias Ribeiro. O extrato do contrato não especifica as ruas a serem beneficiadas, tampouco a metragem do calçamento a ser recuperado. Para o II Festival da Uva, a Prefeitura celebrou contrato no valor de R$ 80.846,00 com o senhor Eduardo Éder Soares. O extrato do contrato também não discrimina os serviços a serem executados, e seria oriundo da Carta Convite nº 013/2009. A Fundação Cultural do Estado do Piauí-Fundac, informa que a maioria das despesas do Festival, como palco, estandes, tendas, bandas do palco principal, divulgação etc foram custeadas pelo Governo do Estado.”
Imagem: Gonçalo CarvalhoLimaO fato é que a cidade vai mal (Imagem:Gonçalo CarvalhoLima)O fato é que a cidade vai mal
Toda vez que nos sentimos impotentes ou sem ter com quem contar, lançamos mão de um ditado: “Estamos no mato sem cachorro!”. Com certeza é essa a sensação da maioria da população de São João do Piauí. Primeiro, porque nunca temos a quem reclamar, pois o prefeito está sempre viajando e seus assessores não têm o menor poder de decisão. Segundo, porque os nossos vereadores ou estão do lado do prefeito, ou não têm interesse algum de ‘tomar as dores’ da população. O fato é que a cidade vai mal e seu povo pior ainda, principalmente porque não sabe se o melhor é ‘estar no mato sem cachorro’ ou se faz um esforço para entender que o melhor, em certas situações, é estar mesmo sem cachorro algum!

*Gonçalo Carvalho Filho é professor de História

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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